- Athaliba, o 2º tempo das eleições proporcionais chegou ao fim, em meio à pandemia do COVID-19 que já ceifou a vida de 1.470.456 pessoas no mundo, das quais 173.165 no Brasil. Os EUA ocupa o primeiro lugar no ranking com 268.023 mortes, seguido da nossa pátria amada. A OMS - Organização Mundial da Saúde - alerta que o número de mortes, no mundo, pode chegar a dois milhões antes de uma vacina estar amplamente disponível para a população.
- Marineth, o trem é doido. A pandemia continua se alastrando e, infelizmente, aqui no Brasil, pode levar ainda muita gente à morte, devido ao descuido com os protocolos de proteção e à postura do mito pés de barro que ocupa a Presidência da República em contrariar a orientação da ciência. Mas, por falar do fim das eleições, quais os fatos que marcaram o pleito?
- Athaliba, além do que se esperava, ou seja, a manutenção do status quo desse pervertido sistema, com “tudo como dantes no quartel d’Abrantes”, o que se evidenciou foi a chaga do racismo. Afora o caso da ameaça de morte contra Ana Lúcia, eleita vereadora em Joinvile, relatado em https://ofolhademinas.com.br/materia/34021/coluna/ameaca-de-morte-racista, houve outros fatos racistas.
- Marineth, o gaúcho Antônio Hamilton Martins Mourão, general da reserva, vice-presidente do capitão presidente mito pés de barro, disse recentemente que “não existe racismo no Brasil”, e o que há “é uma brutal desigualdade, fruto aí de uma séria de problemas”.
- Athaliba, provavelmente, a formação doutrinaria militar, custeada pela força produtiva real que carrega a pátria amada nas costas, seja desprovida do viés racismo no manual de instrução. Ignorar a existência do racismo no Brasil é o mesmo que tentar “tapar o sol com a peneira”.
- Marineth, o mito pés de barro, abordado pela imprensa para falar sobre o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, negro, por dois seguranças brancos do supermercado Carrefour, em Porto Alegre/RS, revelou que “sou daltônico, todos têm a mesma cor”.
- Phorra, Athaliba, o mito pés de barro é uma aberração do nefasto sistema político vigente que demonstra, concretamente, visível e irreversível estado de falência. Quero descrever casos de extrema relevância que alimenta a luta contra o racismo. Aliás, abaixo o racismo, já!
- Fique à vontade, Marineth. Pode pichar o espaço!
- Athaliba, os eleitores de Niterói, município do Rio de Janeiro, elegeram para a Câmara de Vereadores a primeira parlamentar travesti. É Benny Briolly, negra, 29 anos, que mora no Morro da Penha, no bairro Ponta d’Areia. Ela é estudante de Jornalismo e, desde 2013, filiada ao PSOL Foi a primeira assessora parlamentar em Niterói, trabalhando com Talíria Petrone, atual deputada federal (PSOL-RJ). No decorrer da campanha sofreu ataques racistas nas redes sociais, com ameaças de morte. Uma das mensagens fazia menção ao acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e dizia: “Ronnie Lessa já está de olho em vocês; cuidado com a metralhadora de excluir maconheiros”.
- Marineth, esse ódio discriminatório, infelizmente, é latente nas redes sociais.
- Athaliba, agentes da 76ª DP, onde a travesti Benny Briolly fez a denúncia, investigam o caso. À imprensa a travesti disse que “precisamos derrotar o bolsonarismo no Brasil inteiro; nossa eleição tem que vir junto com essa derrota na sociedade. Precisamos superar, urgentemente, o fascismo, o autoritarismo, o racismo, o machismo, a LGBTfobia e esse capitalismo predatório”.
- Marineth, a jornalista Suéllen Rosim, primeira mulher negra eleita prefeita de Bauru (SP), em 124 anos de história daquele município, foi chamada de “macaca” e ameaçada de morte em mensagem por e-mail pessoal. O autor da mensagem afirmou que iria “comprar uma pistola no Rio de Janeiro para matá-la em casa”. Ela registrou ocorrência policial e o delegado Eduardo Herrera é o responsável pela investigação.
- Tá vendo, Athaliba, como existe de fato racismo no Brasil. A travesti Benny garantiu que “a nossa vitória representa uma resposta a esse modelo de sociedade que é, infelizmente, racista e transfóbica. Niterói é uma cidade rica, é o município mais segregado racialmente da América do Sul. Queremos que a Câmara de Vereadores seja um canal para o povo, que tenha a cara, a linguagem e a política cotidiana que é feita pelo povo negro, LGBTi, pelas mulheres e os trabalhadores que constroem, efetivamente, Niterói”.
- Marineth, nossa solidariedade à Ana, à Benny e á Suéllen. Abaixo o racismo, já!
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