Alta de covid-19 leva cidade do Amazonas a retomar obrigatoriedade de máscaras
São Gabriel da Cachoeira endurece medidas de proteção para conter avanço de casos; áreas indígenas têm restrições adicionais

Belo Horizonte - Diante do aumento expressivo nos casos de covid-19, a prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, decretou o retorno do uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados. A medida vale para repartições públicas, escolas, comércios, igrejas e transportes coletivos. A decisão foi oficializada na última sexta-feira (25) como parte de um esforço para proteger a população local, majoritariamente indígena.
Somente em abril, o município, localizado a 852 quilômetros de Manaus, registrou quase 400 casos positivos de covid-19 entre 897 suspeitos. A comparação com meses anteriores revela uma forte escalada: em março, foram apenas 87 casos confirmados e, em dezembro do ano passado, apenas 14. Segundo autoridades de saúde, a alta procura por testes, mesmo entre resultados negativos, indica também a circulação de outras viroses respiratórias na região.
Além do uso obrigatório de máscaras, a prefeitura estabeleceu regras específicas para entrada em áreas indígenas. Visitantes precisam apresentar comprovante de vacinação atualizado contra a covid-19 ou teste negativo realizado até 48 horas antes. A fiscalização ficará a cargo dos órgãos municipais de vigilância e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), podendo ser exigida documentação comprobatória para ingresso nessas áreas.
O decreto prevê sanções administrativas para quem descumprir as determinações, e a validade das medidas se manterá enquanto houver recomendações sanitárias nesse sentido.
Com a preocupação voltada à preservação da saúde dos povos indígenas, que representam cerca de 90% da população local, a prefeitura também adiou o lançamento do Festival Cultural dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro (Festribal), originalmente previsto para ocorrer no último sábado. A nova data do evento será divulgada posteriormente.
A Secretaria Municipal de Saúde intensificou a realização de testes rápidos para covid-19 nas unidades básicas de saúde (UBSs), focando principalmente em pessoas com sintomas gripais, e reforçou orientações à população sobre prevenção.
Especialistas apontam que a nova onda de infecções no Amazonas, embora menos letal que em períodos anteriores da pandemia, ainda exige atenção redobrada em municípios mais isolados, onde o acesso a serviços de saúde é limitado e o impacto de surtos pode ser devastador para comunidades indígenas.
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