Saúde

Infecções respiratórias: saiba quando levar crianças e idosos ao atendimento de urgência

Dificuldade para respirar, confusão mental e coloração arroxeada são sinais de alerta

Foto: Francis Campelo / Fhemig - 

Belo Horizonte - Com a queda das temperaturas e o avanço dos vírus respiratórios típicos do inverno, como os da gripe e bronquiolite, os atendimentos e internações por complicações respiratórias aumentam em Minas Gerais. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) emitiu um alerta para que a população fique atenta a sintomas graves, especialmente entre crianças pequenas e idosos, públicos mais suscetíveis a agravamentos.

Entre os sinais que exigem atendimento imediato em uma UPA ou hospital, estão:

  • Dificuldade para respirar

  • Coloração arroxeada nos lábios ou unhas

  • Confusão mental e prostração

  • Tosse com catarro espesso

  • Saturação de oxigênio abaixo de 94%

  • Convulsões

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, o quadro pode se deteriorar rapidamente nesses grupos. “Crianças e idosos devem ter atenção redobrada. Qualquer sintoma de agravamento deve ser levado ao serviço de saúde”, afirmou.

Os números confirmam a preocupação. De janeiro a maio de 2025, foram registradas 39.556 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas, sendo que 66% dos casos envolveram crianças de até 1 ano e pessoas com mais de 60 anos. A SRAG é considerada uma das formas mais severas de infecção respiratória, com necessidade frequente de internação.

Nas Unidades Básicas de Saúde, mais de 100 mil atendimentos por infecções respiratórias foram feitos no mesmo período. Crianças menores de um ano e idosos responderam por mais de 25 mil desses atendimentos.

Em 2024, o cenário foi similar: 97.488 internações por agravamentos respiratórios, das quais mais da metade ocorreu entre os mesmos dois grupos vulneráveis.

As autoridades de saúde reforçam que vacinas contra gripe e covid-19 continuam sendo a principal estratégia para prevenir casos graves e mortes. Mesmo assim, a cobertura vacinal segue baixa.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, até 29 de maio, 4,3 milhões de doses da vacina contra a influenza foram aplicadas em Minas — apenas 38,66% da população-alvo formada por gestantes, crianças e idosos.

A vacinação contra a covid-19 teve melhor desempenho no esquema primário, com 88,68% de cobertura, mas caiu para 23,48% no reforço com a vacina bivalente, considerada mais eficaz contra variantes recentes do vírus.

Dicas para evitar a contaminação

Além da vacinação, especialistas recomendam cuidados básicos para evitar infecções:

  • Lavar as mãos com frequência

  • Evitar locais fechados e com aglomeração

  • Usar máscara em caso de sintomas gripais

  • Manter ambientes bem ventilados

A orientação é clara: diante de qualquer sinal de gravidade, não espere. O atendimento rápido pode evitar complicações sérias, especialmente entre os mais vulneráveis.

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