Ciência & Tecnologia

Celulares pegando fogo: entenda os riscos e como se proteger

Belo Horizonte - Nos últimos dias, uma série de incidentes envolvendo celulares pegando fogo chamou a atenção no Brasil. Casos registrados em Anápolis (GO) e Guarapari (ES) levantaram questionamentos sobre a segurança das baterias de íons de lítio, tecnologia amplamente utilizada em smartphones.

A Motorola, fabricante dos modelos envolvidos, afirmou ter entrado em contato com a consumidora de um dos casos e ressaltou a necessidade de uma análise técnica para determinar a causa da explosão. A empresa alerta que especulações sem uma investigação aprofundada podem levar a conclusões equivocadas.

celular pegando fogo
Imagem ilustrativa / IA - 

O calor pode causar explosões?
Especialistas descartam que o calor isoladamente cause a explosão de celulares. O engenheiro Edson Martinho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), explica que, embora os dispositivos tenham proteções contra altas temperaturas, o uso inadequado, como deixá-los expostos ao sol por longos períodos ou utilizá-los debaixo de travesseiros, pode comprometer sua segurança.

Segundo dados da Abracopel, em 2024, o Brasil registrou 24 incêndios provocados por sobrecarga de carregadores de celular, um aumento de 71% em relação a 2023, quando foram contabilizados 14 casos.

Como evitar riscos com o celular?
O professor de engenharia elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ewaldo Mehl, destaca que celulares em bom estado e utilizados corretamente não deveriam pegar fogo. Ele alerta que quedas frequentes podem danificar a bateria, tornando-a mais vulnerável a falhas.

Para quem compra celulares de segunda mão, é recomendável submetê-los a uma avaliação técnica em assistências autorizadas, garantindo que componentes essenciais estejam funcionando corretamente.

Outro fator de risco é o uso de carregadores e baterias não originais. Mehl enfatiza que os carregadores fornecidos pelos fabricantes são projetados para carregar o dispositivo de forma eficiente e segura. Já acessórios paralelos podem não possuir proteções adequadas, aumentando o risco de superaquecimento e explosões.

Maria de Fátima Araújo, que estava dentro de um ônibus no Espírito Santo quando seu celular pegou fogo, relatou que havia feito uma troca recente de bateria. Embora as causas do incidente ainda não tenham sido confirmadas, especialistas alertam que componentes genéricos podem comprometer a segurança do aparelho.

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