Em geral, há uma certa incoerência no nosso comportamento. Enquanto consumidores, exigimos qualidade em tudo: atendimento, produto, assistência pós vendas, etc. Entretanto, enquanto fornecedores nem sempre levamos isso em consideração. Vamos fazer um teste?
Enquanto fornecedor do seu próprio bem-estar físico, espiritual e mental, com qual grau de qualidade você está “trabalhando”? Muito provavelmente, está aquém do esperado. Estou certo?
Esquecemos que para termos um “produto de qualidade”, precisamos investir na matéria-prima. Mas temos outras prioridades... Até que um dia seremos forçados a mudar.
Calma, há solução. E bem simples. Convido você a investir na sua qualidade de vida e também na dos seus colaboradores. Que tal?
Bom, primeiro vamos definir o que é qualidade de vida. Podemos defini-la como “o conjunto das ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho” e que tenham como foco a melhoria da condição de trabalho das pessoas.
O conceito de QVT (qualidade de vida no trabalho) refere-se ao cuidado com o bem-estar geral e a saúde das pessoas no desempenho de suas tarefas e engloba tanto os aspectos físicos e ambientais, como os aspectos psicológicos do local de trabalho e tem como objetivo central gerar uma organização mais humanizada. Isso até parece utopia, não é mesmo? Mas, creiam, é um investimento seguro que a empresa faz e como tal, resulta em ganhos não só tangíveis como também intangíveis para todos os envolvidos.
A fórmula dá tanto certo que muitas empresas, a cada dia mais, estão fazendo mais ou implantando esse tipo de investimento. E caso a sua empresa não disponha de um programa semelhante, você pode fazer a sua parte: proponha mudanças, apresente um projeto e destaque os benefícios.
Explique que as pesquisas comprovam que para se alcançar níveis consideráveis de qualidade e produtividade, é necessário que existam pessoas satisfeitas, bem de saúde, motivadas, etc. Enfim, que estejam bem física e mentalmente. O resultado é percebido não só pelo público interno, como também extrapola os limites da organização. E que, por essa razão que um programa de QVT deve ser implantado nas empresas.
Se mesmo assim, as duvidas dos gestores sobre a implantação de uma programa de qualidade de vida persistirem, explique que existem duas maneiras de mensurar esses resultados: uma de maneira objetiva, que considera as condições materiais (disponibilidade de equipamentos, tecnologia, padrões de salários e benefícios, ambiente físico, entre outras) e outra de maneira subjetiva que investiga a percepção dos trabalhadores, classificando-as em satisfatórias ou não-satisfatórias. Assim eles poderão ter a certeza que fizeram um excelente negócio. Com dados, tudo fica mais claros.
Recomende que seja contatado um profissional especialista no assunto para que ele seja responsável pela implantação do programa. Saiba que existem excelentes no mercado. Só há a necessidade de um pouco de conhecimento, pois esses profissionais podem fazer tudo.
Entretanto, para que você não fique tão alheio ao assunto, saiba que no programa a ser desenvolvido, deve ser considerado que as condições de trabalho devem ser seguras e saudáveis ou que busquem, no mínimo, reduzir os riscos de acidentes ou de danos à saúde do colaborador. Ainda que considerem outros aspectos e que estimulem o pessoal da empresa a refletir sobre as oportunidades de desenvolvimento humano (autonomia, capacitação, integração, lazer, relevância social do trabalho, etc.) e/ou sobre alguma ação social ( destaque dos melhores colaboradores, visita dos familiares a empresa, etc). Como você pode ver, é um programa bem amplo.
Assim, como esses argumentos, mostrando o que a empresa ganha, é difícil dizer não. Portanto, movimente-se e seja feliz. Que assim seja.
Odilon Medeiros, é consultor em gestão de pessoas, palestrante, professor universitário, mestre em Administração, especialista em Psicologia Organizacional, pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em vendas
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