A situação econômica do país impactou todas as áreas do mercado. Reduzir custos tornou-se imperativo em todos os setores. Em épocas de crise ser criativo é essencial. Hoje, o departamento de Gestão Ocupacional, mais conhecido como Segurança e Saúde do Trabalho deve ser visto como estratégia de negócio.
Por muitas vezes deixado em segundo plano, esse setor, que é fundamental na empresa, tem a obrigação de manter a integridade física e mental dos funcionários. Além de lidar com vidas, a Segurança do Trabalho tem impacto nos gastos da empresa, por isso, é necessário um planejamento ideal com metas, indicadores de desempenho, auditorias, entre outros aspectos importantes.
Quando bem gerenciado, traz produção e satisfação dos funcionários, além de impactar positivamente na imagem da empresa e no mercado, sem contar a redução de alíquotas de recolhimento.
O Gestor Ocupacional deve ter uma visão geral, estratégica e global. Por isso, a Engenharia e a Medicina do Trabalho devem andar de mãos dadas com o Recursos Humanos.
Visão Geral: Juntos, os setores devem ter conhecimento e mapeamento de todos os riscos da empresa e gaps, ou seja, processos trabalhistas, passivos, índice de afastamentos, absenteísmo e acidentes.
Na Visão Estratégica é necessário definir um plano de ação caracterizando os riscos, consequentemente eliminando as causas, corrigindo as irregularidades, reduzindo valores de recolhimentos, custos diretos e indiretos e consequentemente obter resultados.
Hoje, os funcionários voltaram a ser foco nas empresas, que passaram a investir em treinamentos, satisfação, programas de qualidade de vida, bem-estar e diferenciais para manter o clima satisfatório. Esses aspectos representam a Visão Global.
Os riscos e falhas variam por segmento e empresas, assim como, as ações a serem adotadas. Bons profissionais, trabalhos e educação são fundamentais para obtenção de bons resultados.
Atualmente o número de processos trabalhistas em alguns segmentos é inaceitável. Algumas empresas já fazem reserva prevendo ações futuras. Elas estão na contramão da história, devem atuar na causa raiz, tentar virar a regra do jogo e blindar a sua imagem. Sem contar, que o clima organizacional fica péssimo, interfere no dia a dia e na produção.
Este trabalho é lento, porém, apresenta resultados positivos. Empresas que passaram a efetuar trabalho efetivo sobre afastados, absenteísmo e controle de acidentes, hoje, além de resultados satisfatórios apresentam mais respeitabilidade.
Gestão Ocupacional eficiente começa na contratação. Um admissional bem feito é fundamental e também se torna uma ação preventiva. Empresas que passaram a gerenciar o FAP (Fator Acidentário Prevencionista) e NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico), conseguem redução nas alíquotas de recolhimento.
Lembramos que uma empresa grau de risco número três poderá recolher a Previdência em 6% ou 1,5 da folha de pagamento. Essa variação deve-se a redução de número de CATS e NTEP. Sem falar nos custos diretos e indiretos, das ações regressas do INSS, caso comprovada a culpa da empresa. Enfim, gastos e mais gastos.
O bom gestor deve também conhecer a legislação, acompanhar os programas, indicadores de desempenho, metas de redução de custo, além dos programas de qualidade de vida, entre outros desenvolvidos pela organização. Uma gestão ocupacional eficiente, além de preservar a saúde dos funcionários gera economia para as empresas.
*Marcia Ramazzini é engenheira civil pela PUC Campinas, engenheira em segurança do trabalho e meio ambiente pela Unicamp e mestranda em Saúde Ocupacional também pela Unicamp. Tem especializações em Riscos Industriais e Construção Civil pela OSHA (Occupational Safety Health Administration), Ministério do Trabalho dos Estados Unidos. Marcia é diretora da Ramazzini Engenharia e tem 20 anos de experiência de mercado.
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