Economia

Contas públicas registram superávit de R$ 3,6 bilhões em março, aponta Banco Central

Governos regionais lideram resultado positivo, enquanto dívida bruta recua para 75,9% do PIB

banco central
Marcello Casal Jr / ABR - 


Brasília - O setor público consolidado brasileiro — que engloba União, Estados, municípios e empresas estatais — apresentou um superávit primário de R$ 3,6 bilhões em março de 2025, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Banco Central (BC). O resultado representa uma melhora significativa em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o superávit foi de R$ 1,2 bilhão.​

O superávit foi impulsionado principalmente pelos governos regionais (Estados e municípios), que registraram saldo positivo de R$ 6,5 bilhões. O Governo Central — composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — contribuiu com superávit de R$ 2,3 bilhões. As empresas estatais também apresentaram resultado positivo, com superávit de R$ 566 milhões.​

No acumulado de 12 meses até março, o déficit primário do setor público consolidado foi de R$ 13,5 bilhões, equivalente a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor representa uma redução em relação a fevereiro, quando o déficit era de R$ 15,9 bilhões (0,13% do PIB).​

Os juros nominais do setor público somaram R$ 75,2 bilhões em março, um aumento em comparação aos R$ 64,2 bilhões registrados no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, os juros nominais alcançaram R$ 935 bilhões, correspondendo a 7,8% do PIB.​

Consequentemente, o resultado nominal — que inclui o resultado primário e os juros nominais — foi deficitário em R$ 71,6 bilhões em março. No acumulado de 12 meses, o déficit nominal atingiu R$ 948,5 bilhões, ou 7,92% do PIB, ligeiramente superior aos R$ 939,8 bilhões (7,91% do PIB) registrados em fevereiro.​

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que abrange o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, recuou para 75,9% do PIB em março, totalizando R$ 9,1 trilhões. Esse resultado representa uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.​

Já a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) aumentou para 61,6% do PIB, alcançando R$ 7,4 trilhões em março. O aumento de 0,2 ponto percentual no mês foi influenciado por fatores como os juros nominais (+1,6 p.p.), valorização cambial acumulada de 7,3% (+0,9 p.p.), superávit primário do período (-0,7 p.p.), variação do PIB nominal (-1,2 p.p.) e ajustes da dívida externa líquida (-0,4 p.p.).​

O resultado positivo das contas públicas em março reflete esforços de contenção de gastos e aumento de receitas por parte dos entes federativos. A redução da dívida bruta em relação ao PIB é um sinal positivo para a sustentabilidade fiscal do país. No entanto, o aumento dos juros nominais e o déficit nominal elevado indicam desafios persistentes na gestão das contas públicas.​

Comentários