Saúde

Casos de câncer colorretal devem crescer 21% no Brasil até 2040

Centro-Oeste e Norte terão maior aumento, aponta estudo

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Gil Leonardi / Imprensa MG - 

Brasília - Um estudo inédito da Fundação do Câncer, divulgado nesta quinta-feira (27), projeta um aumento significativo nos casos de câncer colorretal no Brasil nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, o número de novos diagnósticos da doença deve crescer 21% entre 2030 e 2040, impulsionado pelo envelhecimento da população, hábitos de vida pouco saudáveis e a ausência de programas eficazes de rastreamento.

O câncer colorretal, também conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer de intestino grosso, está entre os cinco tipos mais comuns da doença no mundo, afetando homens e mulheres. Atualmente, o Brasil não possui um protocolo nacional de rastreamento para esse tipo de câncer, diferentemente de países como Estados Unidos e nações europeias, onde a recomendação é realizar colonoscopias a cada dez anos a partir dos 50 anos de idade para pacientes sem sintomas.

Regiões com Maior Crescimento

O estudo aponta que as regiões Centro-Oeste e Norte terão os maiores aumentos percentuais de casos, com crescimento de 32,7% e 31,13%, respectivamente. O Sudeste, apesar de apresentar o menor crescimento proporcional (18%), continuará sendo a região com o maior número absoluto de casos. A previsão é que o número de diagnósticos na região passe de 32.410, em 2030, para 38.210 em 2040.

A maioria dos casos será observada entre pessoas acima dos 50 anos, faixa etária considerada de maior risco. A estimativa é que esse grupo represente mais de 88% dos diagnósticos da doença até 2040.

Prevenção e Diagnóstico Precoce

Para evitar que essas projeções se concretizem, especialistas reforçam a necessidade de ampliar estratégias regionais de prevenção e diagnóstico precoce. O rastreamento organizado da população é apontado como um dos principais desafios no Brasil, devido a barreiras como infraestrutura precária dos sistemas de saúde, dificuldades de acesso aos exames e baixa adesão da população por falta de conscientização e receio do diagnóstico.

A Fundação do Câncer destaca a importância de políticas públicas que reduzam desigualdades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento. Além disso, recomenda ações que incentivem mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e redução de fatores de risco, como tabagismo e consumo de carne processada.

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