Brasil

Preso na manhã de hoje ex-presidente Fernando Collor de Mello, o "Caçador de Marajás"

Ex-presidente foi detido em Maceió após esgotamento de recursos judiciais

Fernando Collor de Mello
Valter Campanato / ABR - 

Brasília - Na madrugada desta sexta-feira (25), por volta das 4h, o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso em Maceió (AL) para iniciar o cumprimento de uma pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a rejeição de um segundo recurso da defesa, considerado meramente protelatório. A decisão será submetida à referendo do plenário da Corte em sessão virtual marcada para esta sexta-feira. 

Collor foi condenado em maio de 2023 por envolvimento em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Segundo a acusação, ele teria recebido cerca de R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014 para facilitar contratos da empresa com a UTC Engenharia, em troca de apoio político para nomeações na estatal. ​

Durante as investigações, foram apreendidos veículos de luxo pertencentes ao ex-presidente, incluindo um Porsche, um Ferrari e um Lamborghini. ​

A defesa de Collor afirmou ter recebido a decisão com "surpresa e preocupação", mas garantiu que ele se apresentaria para cumprir a determinação judicial. ​

Fernando Collor, 75 anos, foi o primeiro presidente eleito diretamente após a ditadura militar, exercendo o cargo entre 1990 e 1992, quando renunciou em meio a um processo de impeachment. Posteriormente, foi eleito senador por Alagoas, cargo que ocupou até 2023. ​

A prisão de Collor reforça o histórico de ex-presidentes brasileiros processados ou condenados por corrupção desde a redemocratização, com exceção de Fernando Henrique Cardoso. Lula da Silva, por exemplo, teve condenações anuladas, enquanto Jair Bolsonaro enfrenta investigações por tentativa de golpe de Estado. ​

Comentários