
Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente estimular acampamentos de apoiadores em frente a quartéis-generais como parte de um plano para justificar uma intervenção militar e viabilizar um golpe de Estado em 2022. A acusação faz parte do processo contra Bolsonaro e outras 33 pessoas, incluindo militares de alta patente, como o general Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid.
Segundo a PGR, Bolsonaro “deliberadamente” manteve os acampamentos ativos para criar uma narrativa de apoio popular à ruptura institucional. Em sua delação à Polícia Federal, Mauro Cid afirmou que o ex-presidente “sempre dava esperanças” aos manifestantes e às Forças Armadas de que algo aconteceria para viabilizar o golpe.
A denúncia aponta que os comandantes das três Forças Armadas teriam autorizado a permanência dos acampamentos por ordem de Bolsonaro. Além disso, um vídeo anexado ao processo mostra Braga Netto incentivando manifestantes a “manterem a esperança” porque “algo iria acontecer”.
Detalhes da Acusação
A PGR sustenta que Bolsonaro e seus aliados utilizaram diferentes estratégias para tentar derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo:
- Ataques às urnas eletrônicas e questionamento do resultado eleitoral;
- Desafios às decisões do STF e incentivo à insubordinação militar;
- Manutenção dos acampamentos em frente aos quartéis como demonstração de apoio ao golpe.
De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o grupo atuou com "violência e grave ameaça" para tentar impedir o funcionamento dos Poderes da República e legitimar uma intervenção.
O STF agora analisa a denúncia e pode decidir pelo avanço das investigações e abertura de ação penal contra os envolvidos.
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