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Brasília - A utilização da inteligência artificial (IA) para melhorar a autonomia de pessoas com deficiência visual será tema de discussão na 8ª Convenção do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que ocorre nesta sexta-feira (14) e sábado (15), em São Paulo. Entre as aplicações tecnológicas em destaque estão bengalas inteligentes e sistemas de audiodescrição de objetos e ambientes.
Durante o evento, especialistas e gestores de saúde debaterão o papel da IA na acessibilidade e na locomoção de pessoas cegas ou com baixa visão. O encontro também abordará desafios técnicos e éticos, como a segurança dos dados dos usuários e a imparcialidade na geração de informações.
Tecnologias assistivas na oftalmologia
Segundo o CBO, as tecnologias assistivas para deficiêntes visuais incluem dispositivos e sistemas que aumentam a independência e melhoram a qualidade de vida. Muitas dessas inovações são projetadas para tarefas específicas, como leitura de textos, identificação de objetos e reconhecimento de ambientes.
Soluções baseadas em IA têm permitido que pessoas com deficiência visual recebam descrições detalhadas de imagens e objetos, dispensando a necessidade de assistência humana. Esses sistemas analisam fotos enviadas pelos usuários e fornecem informações precisas para auxiliar em atividades diárias, como leitura de rótulos e localização de itens no ambiente.
As bengalas inteligentes, por exemplo, combinam sensores e conectividade com smartphones para detectar obstáculos e orientar os usuários por meio de comandos de voz, proporcionando maior segurança na locomoção em espaços urbanos.
Desafios éticos e técnicos
Apesar dos avanços, o CBO alerta para a necessidade de atenção aos desafios éticos e técnicos no desenvolvimento dessas tecnologias. Dispositivos de audiodescrição baseados em IA podem reproduzir vieses e preconceitos caso não sejam treinados com bases de dados diversas e imparciais.
A privacidade dos usuários também é um aspecto crítico a ser considerado, especialmente em soluções que dependem do compartilhamento de informações sensíveis. O debate na convenção busca encontrar soluções para garantir que a IA contribua para uma inclusão digital segura e eficiente.
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