- Marineth, a 365 dias do bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, a contar do 7/9 de 2021, a trajetória histórica revela que a democracia no país continua no fio da navalha. Na atual conjuntura republicana, o propagado estado de direito sofre ameaça de ruir, sob psicose do hipotético mito pés de barro que ocupa o trono da presidência do país. Isso se evidenciou na data de comemoração de “liberdade” da pátria amada, com as manifestações mostrando a inequívoca divisão da população. Os nervos se revelaram à flor da pele, com a alta tensão entre defensores da democracia de um lado e, do outro, bolsonaristas adeptos da derrubada do Supremo Tribunal Federal - STF – e de intervenção militar. O estouro da boiada se divisa no horizonte e isso, enfim, pode proporcionar a instauração do poder popular no Brasil,
- Phorra, Athaliba, o trem é doido, realmente. O Brasil se encontra estagnado na pandemia do COVID-19 que causou a morte de 583.866 pessoas e registrou até agora quase 21 milhões de infectados. O desemprego totaliza quase 15 milhões de pessoas e a miséria segue aumentando a ritmo galopante. Será que a esquerda tá preparada para assumir o poder popular?
- Marineth, a utopia alimenta nossa existência. Anseio que, em situação de forte comoção, a esquerda assuma o protagonismo que a história reserva. E que não seja como ocorreu após o suicídio de Getúlio Vargas, quando a ação se concentrou em apedrejar a embaixada dos EUA. O ato, por anos, foi observação de critica de um velho comunista.
- Athaliba, a instauração da República do Brasil, em 15/11 de 1889, foi resultado de golpe civil-militar, que sobrepujou o movimento popular. O personagem de destaque no golpe, marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que se tornaria 1º presidente do país, doente, foi colocado em cima do cavalo para encabeçar o ato que resultou na deportação de D. Pedro II. Esse episódio é marco singular de que, a partir daí, o setor mais retrógrado da caserna sempre se envolveu em outros golpes, como aconteceu em 1964. Nesse ano, o golpe empresarial-militar, vigente até 1985, levou o presidente João Belchior Marques Goulart ao exílio, que morreu em 6/12 de 1976, na Argentina. Não se pode descartar a hipótese de novo golpe sob as bênçãos militar, né?
- Claro que não, Marineth. O cenário político é dantesco, com o hipotético mito, juntamente com os filhos - 01 senador, 02 vereador e 03 deputado - alimentando-se de ódio e violência. Aliás, a atividade distinta dos herdeiros dele é a “rachadinha”, rotulados como “profissionais políticos”.
- Athaliba, a Câmara dos Deputados acumula enxurrada de pedidos de impeachment. São mais de um cento protocolados. Haverá novos pedidos de impeachment?
- Certamente que sim, Marineth. Afinal, a irresponsabilidade do mito pés de barro nos atos de celebração da Independência do Brasil, insuflando “bois de piranha” - como são chamados os seguidores dele - a pedir intervenção militar e desrespeitar o STF, resultará em outros pedidos de impeachment. O PSDB fez a primeira manifestação nesse sentido, ainda no calor dos atos contra a democracia. Ocê, através do link https://apublica.org/impeachment-bolsonaro/, poderá conhecer detalhes de cada um dos 136 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados.
- Athaliba, e como foram os atos contra o hipotético mito pés de barro?
- Destaque, Marineth, para as manifestações do Grito dos Excluídos que ecoaram por todo o território nacional. Em Brasília, estudantes, trabalhadores e integrantes de diversos movimentos sociais, com gritos de “Bolsonaro golpista” criticaram o governo pelo corte de direitos trabalhistas e a destruição do meio ambiente. E exigiram também proteção dos povos indígenas, que têm as terras invadidas por garimpeiros e madeireiros.
- Athaliba, no Rio de Janeiro e em São Paulo também tiveram manifestações?
- Sim, Marineth. No Centro da capital paulista, no Anhangabaú, manifestantes e integrantes do Grito dos Excluídos - eles, anualmente, dia 7 de setembro, promovem manifestação - fizeram protesto. O ato contou com participação do PSOL e o PT, entre outros partidos políticos, além de centrais sindicais e movimentos populares. No RJ, com integrantes de movimentos feministas, as exigências foram por vacinas contra o COVID-19, por empregos e melhorias salariais. Em BH, da caminhada da Praça Afonso Pena à Praça da Estação, manifestantes criticaram falta de emprego e a fome. Em outros vários estados predominou a palavra de ordem “Fora Bolsonaro!”.
- Athaliba, será que a democracia sangrará na navalha, com a rebeldia orquestrada pelo hipotético mito pés de barro, ou ele saíra da cena política através de impeachment? O tempo dirá!
Comentários