- Marineth, à boca pequena, o Eduardo Pazuello, general do Exército, é achincalhado na caserna como milico cômico do mito pés de barro que ocupa a presidência da pátria amada. Na tentativa de espaçar de severa punição por transgredir o regulamento militar ao participar de ato público no Rio de Janeiro, dia 23/5, sem a máscara de proteção ao COVID-19, o ex-ministro da Saúde (demitido por incapacidade) ganhou frágil proteção. A partir de 1º/6, conforme edição extra do Diário Oficial da União, ele tem a função de secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Foi premiado pela subserviência.
- Sabe, Athaliba, “casadinho dorme junto e de conchinha”. Ocê não acha que isso é melhor do que “papagaio que acompanha João-de-Barro virar ajudante de pedreiro”?
- Marineth, o trem é doido. Comentários de internautas no pé da notícia sobre o retorno ao governo do general de três estrelas na ombreira, em alguns sites, estão sintonizados com ambos os sentidos da sua observação. Tem quem sugeriu à primeira-dama ficar esperta. Será que ela é ciumenta? O fato é que o comando do Exército tem um pepino nas mãos para fatiar ou engolir a seco. Como observou o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente, “o Pazuello sabe que errou ao participar de ato político, colocou a cabeça dele no cutelo; é provável que seja punido, mas isso é uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência para a reserva e aí atenuar o problema”.
- Sei não, Athaliba. Desconfio que o Pazuello seja punido. O corporativismo no oficialato é como nó de linha de tecelão. Na maior cara de pau ele alegou não ter participado de “ato político-partidário pró-governo e que o presidente não tem filiação a partido político”. Escárnio!
- Marineth, muito calma nessa hora. É preciso ter paciência de Jó. Aguardemos a decisão do comando do Exército sobre a abertura do procedimento disciplinar militar contra o general. Por certo ele não escapará das novas interrogações na CPI do COVID-19, no Senado, que apura as omissões do governo na crise sanitária da pandemia que já causou a morte de mais de 460.000 pessoas no Brasil. Ele foi reconvocado e, ao contrário da primeira vez, senadores esperam tirar a verdade das entranhas do ex-ministro da Saúde sobre negligência na pandemia. Antes ele entrou em contradições sobre atraso na aquisição de vacinas na obediência cega ao mito pés de barro à recomendação do governo para o uso da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19.
- Athaliba, será que o general cômico poderá prestar serviço de excelência à pátria amada na Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República? Ele foi o terceiro dos quatro ministros da Saúde na atual gestão e acabou sendo demitido em março passado por total falta de experiência em saúde pública. Não passou de pau mandado do mito pés de barro.
- Marineth, comprovadamente, não se pode esperar eficiência dele na nova função ganha de mão-beijada. A nomeação teve portaria assinada na edição extra do Diário Oficial da União pelo general da reserva Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, ministro-chefe da Casa Civil. Ele, antes, era ministro-chefe da Secretaria de Governo. Pazuello ficará vassalo do almirante Flávio Augusto Viana Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos, no Palácio do Planalto, em Brasília.
- Athaliba, é verdade que o mito pés de barro disse ao comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, natural de Iguatu, no Ceará, que não quer que o Pazuello seja punido por ter participado do ato pró-governo e, assim, ter transgredido o regulamento militar?
- Marineth, o jornal Folha de São Paulo publicou notícia à qual o mito pés de barro anseia livrar o ex-ministro da Saúde de qualquer punição. Ele, na recente viagem com o Paulo Oliveira a cidade de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para inaugurar ponte de 20 metros, fez apelo nesse sentido. Integrava a comitiva os generais Walter Braga Neto, ministro da Defesa; e o Luiz Ramos, ministro da Casa Civil. Ambos com quatro estrelas na ombreira não teriam gostado do pedido. O caso aprofunda a crise entre o Planalto e o Exército, instituição da qual o presidente foi colocado na reserva como capitão, em 1988.
- Athaliba, seguinte: o povo brasileiro exige um basta à crise, considerando, inclusive, que é a força produtiva dos trabalhadores que garante a existência das forças armadas no país.
- Vamos aguardar Marineth a decisão do colegiado de 15 generais de quatro estrelas que forma o alto-comando do Exército se o Pazuello receberá repreensão por escrito ou até mesmo ordem de prisão por 30 dias em um quartel. Simples assim (plagiando Pazuello), amiga!
Comentários