“Parabéns prá você/Nessa data querida/Muitas felicidades/Muitos anos de vida”.
- Tá cantando “Parabéns prá você” prá quem, Athaliba?
- Tô ensaiando, Marineth. Quero me juntar ao coral da enorme legião nacional que irá parabenizar O Folha de Minas, dia 22 de outubro, quando estará às vésperas de completar a maioridade, ano que vem. São 20 anos de fidelidade ao princípio do direito do cidadão à informação; sustenta a divulgação da informação precisa e correta, relevante ao interesse público; defende a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo, e é contra a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à autocensura, que são delitos graves contra a sociedade.
- Athaliba, se de fato O Folha de Minas tem esses predicados, que não é favor nenhum, quero externar meus votos de felicitações à direção e profissionais da publicação. Sabemos que os meios de comunicação, em geral, salvo raras exceções, são verdadeiros oligopólios nas mãos de poucas famílias. Já se foi o tempo do chamado jornalismo romântico.
- Sim. É verdade. Peguei a fase derradeira daquela época. Lembro quando ingressei num dos jornais mais combativos, ocasião em que o poeta Antônio Crispim se transferia para outro de igual envergadura. Na cidade tínhamos mais de uma dúzia de jornais, além de variadas revistas. Um veterano tentou me pregar uma peça. Pediu que apurasse a morte de destacado político, chamado senador Pinheiro Machado, na zona do baixo meretrício. Minha sorte é que conhecia o personagem da nossa história e que dá nome à rua onde está localizado o Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro. Então, em resposta, disse a ele que o editor do jornal pedira que pegasse a calandra na gráfica. Ele riu e me disse para evitar “barrigada”, que é o fato do jornalista divulgar uma informação equivocada.
- Querido Athaliba, sei que você tem muitas histórias prá contar, pois passou por várias redações de jornais, TVs, rádio, além de assessorar sindicatos e órgãos públicos e ser dirigente da ABI e do sindicato dos jornalistas. Também estruturou e dirigiu a Associação de Imprensa da Baixada Fluminense – AIB. O fato é que, se O Folha de Minas tem bons atributos, a realidade é outra, principalmente no interior. O trem é doido na área da imprensa interiorana que, geralmente subvencionada pelo poder público, é achincalhada como “mídia que passa recibo”. Tem ainda a famigerada “imprensa marrom”, que forja notícias buscando extorquir dinheiro.
- Uai, Marineth, tem de tudo no mercado jornalístico, infelizmente. Cabe aos cidadãos e profissionais de comunicação lutar para modificar a legislação que beneficia o monopólio dos meios de comunicação. Tem emissoras de rádio e de TVs, nas mãos de políticos, funcionando com prazo de concessão vencido em até 20 anos. A situação é caótica. Em outra ocasião vamos aprofundar o assunto. É hora de festa, agora. Vamos integrar a turma que apagará as 20 velinhas do bolo d’O Folha de Minas. E quero mostrar poema feito ano passado para uma querida amiga, cujo título é Flor de Alucard, parabéns:
Parabéns, Flor de Alucard, neste dia,
Festejando a vida, cheio de alegria;
Somando um novo ano à trajetória,
Impregnada de êxito: larga vitória.
Mais um novo tempo se prenuncia,
Cercada de amor, plena harmonia,
Enfatizando grande fato na história
Da tua vivência: marco da memória.
Haverá de assim ser, sempre, creia,
Injetando a essência na minha veia,
Numa comunhão de fé e liberdade.
Ah! O amor enfrentará adversidade
E aniquilará a intenção de maldade,
Acolhido na branca luz de lua cheia.
*Lenin Novaes, jornalista e produtor cultural. É co-autor do livro Cantando para não enlouquecer, biografia da cantora Elza Soares, com José Louzeiro. Criou e promoveu o Concurso Nacional de Poesia para jornalistas, em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade. É um dos coordenadores do Festival de Choro do Rio, realizado pelo Museu da Imagem e do Som - MIS.
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