Coluna

Trabalho é trabalho e diversão é diversão. Será?

Quem me conhece pessoalmente, participou de algum evento meu ou me acompanha nas redes sociais, sabe que eu tenho o hábito de socializar o meu sentimento sobre a minha missão de vida. E esse feliz sentimento surge por eu ser autor da minha própria história (e não um mero coadjuvante) e me sentir um privilegiado por fazer o que amo e ainda ser remunerado por isso. E quando vou realizar alguma atividade fora da minha base, registro nas redes sociais com frases do tipo “partiu diversão”, já que ao exercer qualquer atividade, me divirto mesmo. E isso sem abrir mão da seriedade e do profissionalismo. Além do mais, hoje me dou o direito de só aceitar aquelas atividades que me dão prazer.

Apenas para reforçar: eu construí esse caminho. Abri mão de um emprego estável onde eu já estava há 23 anos em uma multinacional de renome, com boas condições de trabalho, um líder muito bom e que é referencia até hoje para mim. Enfim, dentro dos padrões tidos como normais, poderia ser classificado como o emprego dos sonhos. E como eu ouvi frases do tipo: “Você está louco para pedir a demissão de um emprego deste?” Não. Definitivamente eu não estava louco: eu estava atrás do meu sonho. Eu estava querendo ser feliz.

Apresentei todo esse cenário e voltando ao que citei no inicio deste texto, porque fui abordado por uma pessoa que lê os meus comentários dizendo que não acreditava e não conseguia entender como eu tinha essa visão de trabalho. “Para mim, trabalho é trabalho; diversão é diversão. Duas coisas antagônicas”. Me disse essa pessoa.

Não estou aqui querendo levantar a bandeira de quem está certo. Sei que são modelos mentais absolutamente diferentes. Mas para mim (e aí já falam os meus modelos mentais), essa pessoa não deve ser feliz no trabalho, possivelmente deve estar trabalhando para suprir algum tipo de necessidade apenas, esquecendo de que ela passa a maior parte do tempo no trabalho. Ou seja, passa a maior parte do tempo não sendo feliz. Será que ela merece isso? Será que é justo o que ela está fazendo com ela mesma?

Não sou muito fã do Henry Ford mas gosto muito de uma frase dele que traduz bem os nossos modelos mentais: se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo. Ou seja, você poderá ou não ser feliz no trabalho. Depende do que você acredita, planeja, realiza, acompanha e, se necessário, faz adequações, buscando o equilíbrio entre o racional e o emocional.

E você? Como se sente no trabalho? No último dia da semana você diz: “até que enfim é sexta-feira” ou “nossa: já é sexta-feira”? Gostaria de fazer um convite para que faça uma reflexão sobre a sua vida, de uma maneira que fosse possível aumentar o autoconhecimento, saber com o que se identifica, relacionar os benefícios e riscos que envolvem uma possível mudança de trajetória profissional pode trazer, etc. Enfim, buscar informações para elaborar um planejamento estratégico pessoal.

Lembre-se: você merece muito; você merece mais. Você merece ser feliz! Então, haja para que isso ocorra.

(*) Odilon Medeiros

Coach, consultor em gestão de pessoas, palestrante, professor universitário, mestre em Administração, especialista em Psicologia Organizacional, pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em vendas

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