Política

Filho de Machado também faz delação após ser identificado como operador de verbas desviadas

Expedito Machado Neto controlava fundo de investimento em Londres com recursos desviados

Sérgio Machado foi responsável por gravações de Renan, Sarney, Jucá e Fabiano Silveira (Foto: Divulgação/EBC)
Sérgio Machado foi responsável por gravações de Renan, Sarney, Jucá e Fabiano Silveira (Foto: Divulgação/EBC)

O filho caçula do ex-presidente Transpetro Sérgio Machado também fez acordo de delação premiada. Expedito Machado Neto, conhecido como Did, resolveu colaborar com a Justiça após a Operação Lava Jato identificá-lo como operador financeiro da cúpula do PMDB do Senado. Morador de Londres, Did controla um fundo de investimento na capital da Inglaterra.

A delação premiada dele foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, juntamente com a do pai. Uma faz parte da outra. Enquanto Sérgio Machado gravou as conversas com a cúpula do PMDB no Senado para demonstrar proximidade com o grupo, Did apresentou o caminho do dinheiro desviado de obras e serviços da Transpetro.

No acordo firmado com o Ministério Público, ficou acertado que Did e seu pai irão devolver aos cofres públicos os recursos financeiros provenientes de corrupção investidos no fundo que ele controlava. O total do dinheiro a ser repatriado ainda será quantificado pelo MP. Segundo os investigadores, "os valores são surpreendentes".

Mais do que os áudios entregues por Sérgio Machado à Lava Jato, os depoimentos dele e os dados apresentados por seu filho comprometeriam o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP). Os três já tiveram conversas gravadas divulgadas.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo apurou, desde que surgiu a possibilidade de Machado fazer acordo de delação premiada, a maior preocupação da cúpula do PMDB era de que Did também colaborasse. Segundo um conhecedor do esquema, ele tinha como responsabilidade controlar o dinheiro do grupo. Em outras palavras, "o grande laranja" dos senadores peemedebistas.

Na semana passada, a Coluna do Estadão revelou que Sérgio Machado decidiu fazer a delação premiada depois que os investigadores rastrearam uma operação na Europa e se depararam com o herdeiro.

Demissões

Desde a semana passada, conversas gravadas por Machado já causaram a demissão de dois ministros. Então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) pediu demissão depois que áudios mostraram que ele defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff como uma forma de evitar que a Lava Jato avançasse.

Ontem, foi a vez do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, deixar o cargo. Ele pediu demissão depois de áudios gravados por Machado mostrarem que ele deu palpites sobre a defesa de Renan junto à Procuradoria-Geral da República.

O advogado de Expedito Machado Filho não quis falar com a reportagem. Até a conclusão desta edição, as assessorias de Renan, Jucá e Sarney não se manifestaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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