O prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena (PV), eleito em 2012 com mais de 70% dos votos do itabirano, registra também no último ano de governo a maior rejeição na história política do município. Damon foi eleito prometendo mudanças e um governo centrífugo. O que ele queria dizer era que seu governo seria comandado de dentro para fora, ou seja, ouvindo todas as opiniões do itabirano. Ao contrário do que prometeu, Damon centralizou o poder como poucos e implantou um regime que beira o ditatorial. Muitas vezes o prefeito se irritou com as críticas vindas do povo através das redes sociais, as quais sempre respondeu com dureza, dizendo que foi eleito para tomar decisões e que não estava ali para agradar a “A” ou “B”, mas para fazer o que é certo.
A desconfiança do povo com Damon começou quando ele apresentou para a população o primeiro secretariado. Damon colocou em posições estratégicas pessoas sem nenhuma experiência política, sem o hábito do diálogo e sem nenhuma formação técnica, como é o caso de seu “compadre” Jadirão, que apesar de não ter nenhuma formação foi nomeado para o cargo mais importante da administração, com plenos poderes. Ele por sua vez, trouxe de Brasília o seu sobrinho, Daniel Lima, que foi apresentado pelo prefeito como um engenheiro bem-sucedido profissionalmente com um vasto currículo. Pouco tempo depois Damon teve que o exonerar, quando foi denunciado pela imprensa que o engenheiro do prefeito tinha apenas o ensino médio. E com essa visão retrógada Damon montou o pior secretariado da história, com poucas exceções. O governo técnico ficou apenas na promessa.
Depois de perceber que havia fracassado frente a administração, Damon começou a procurar culpados para fugir da responsabilidade, mas nunca aceitou que era necessário fazer mudanças na equipe para ajustar o governo a altura das necessidades. Assim, tentou responsabilizar seu antecessor João Izael por todos os desacertos, culpar a imprensa e alardear uma crise financeira, que na verdade pouco atingiu Itabira. O município bateu todos os recordes em arrecadação durante sua administração. A dificuldade financeira do município estava decretada quando Damon começou a criar novos cargos para atender amigos e apadrinhados, lotando a prefeitura de pessoas, muitas sem ter nenhuma tarefa a desempenhar, apenas para receber salários. Damon também contratou empresas sem licitação e começou a farra com o dinheiro público já no primeiro ano de governo. Depois tentou responsabilizar a população pelos seus desacertos. Em programas de rádio Damon responsabilizou o itabirano pela sujeira que era vista nas ruas, acusando também a população pela escassez de água.
“Quero lembrar a população que eu ainda tenho visto pela cidade muita gente desperdiçando água né? Gente lavando água e enquanto tá ensaboando o carro a mangueira está aberta e a água indo embora. Gente varrendo passeios com água e a sujeira grossa a gente tem que tirar com a vassoura né e não com a água. Então nós precisamos que a população se conscientize né? Por exemplo, na saída do bairro Praia eu tenho visto muito acúmulo de lixo, mas a Itaurb está constantemente limpando aquilo e hoje nós temos os caminhões circulando pela cidade, tem os horários, tem os dias de coleta de lixo adequado, só pedimos um favor a população, de ajudar a gente a colocar o lixo no dia certo, no horário certo, no local certo.” (ouça o áudio no final da página)
É mesmo necessário que a população colabore colocando o lixo para fora nos dias certos e que evite o desperdício de água, mas é preciso lembrar que este veículo de comunicação há tempos denunciou o desperdício de água dentro do pátio do próprio SAAE, onde havia bebedouros vazando sem manutenção, funcionários lavando a calçada com mangueira e nas ruas os rompimentos de redes reclamados pela população, além dos desvios de função, perseguição de chefia a servidores, entre outras denúncias feitas pelos próprios funcionários.
Partidos da base de Damon não conseguem se organizar
A rejeição do governo Damon terminou atingindo diretamente os partidos políticos que o apoiam. Mesmo estando no poder e distribuindo cargos, os partidos que compõem a base de Damon não conseguiram se estruturar, ao invés disso perderam filiados e não atraíram os pré-candidatos que se preparam para a disputa deste ano. No desespero em busca de filiados, os partidos da base de Damon começaram a tecer críticas ao governo do qual fazem parte para tentar conquistar a confiança dos pré-candidatos, sem sucesso.
Um bom exemplo disso é o PSC, partido do vereador Lúcio Mauro “Carteiro”. O vereador e presidente do partido defendeu Damon com todas as forças e sempre bateu de frente com seus colegas que faziam oposição ao Governo. A defesa incondicional de Lúcio Mauro rendeu a ele um cargo na mesa diretora da Câmara nos quatro anos. O PSC é também um dos partidos que mais tem cargos no governo, mas é também um dos menos cobiçados no meio político, tanto que não conseguiu para seu quadro um filiado sequer durante a gestão de Lúcio Mauro. A última lista do partido que está ativa no TRE é de 2012, quando ainda era presidente o José Peixoto Magalhães, que faleceu logo depois de Damon ter sido eleito. Como dirigente partidário, Lúcio Mauro só acumulou fracassos e pode até não conseguir se reeleger se não entrar em uma coligação bem leve, como foi a que o elegeu em 2012 com apenas 587 votos, o que será difícil pois se partido está desorganizado e o vereador tem apenas o seu próprio nome para apresentar.
Outros partidos da base também não tiveram sucesso na corrida atrás de candidatos. Comparando as listas que foram submetidas no último dia 14 dá para concluir que a maioria dos partidos apenas perderam filiados, com exceção do PV, que é o dono do poder e submeteu em sua lista mais de 150 novos filiados, o que não quer dizer que estas filiações resultem em apoio. É sabido hoje que a maioria dos que compõem o governo Damon e ocupam cargos não apoiam o prefeito em sua reeleição. Há a informação de que Damon, ciente de sua tamanha rejeição, havia decidido no ano passado não entrar na disputa para a reeleição, mas neste ano, depois de uma reunião e do apelo de alguns partidos da base que foram rejeitados em outras frentes, mesmo sabendo que é muito difícil se reeleger, Damon decidiu continuar firme na caminhada.
Outro partido da base de Damon que praticamente acabou na cidade foi o PRB, partido da Igreja Universal do Reino de Deus, que estava sendo presidido até os dias da submissão da lista pelo secretário de governo Ermiton Machado Gomes, o Marmita. Devido ao fracasso do PRB em Itabira os dirigentes estaduais decidiram destituir toda a comissão na tentativa de reestruturar o partido e já na reta final entregaram a presidência do PRB para Marcelo Garcia dos Reis, assessor do deputado federal Lincoln Portella, mas já não havia mais tempo para reverter o estrago feito na sigla pelo Marmita, que quando se sentiu ameaçado pela estadual, alardeou na imprensa que tinha 500 filiados que ele levaria para o PSC caso perdesse a presidência. Mesmo ele permanecendo no partido, esses filiados não apareceram e o PRB submeteu sua lista no TRE com apenas 55 filiados.
Comentários
Tragédia para muitos candidatos! Como ele pôde fazer isso gente!
Damon, analfabeto político todos nós sabemos que você é. Agora, interpretar um texto acredito que você sabe, pois tem formação para isto, não é mesmo? Você aconselha as pessoas a lerem noticias no site da prefeitura e eu te aconselho a ler esta matéria do Folha de Minas. Se tiver capacidade de interpretar vai perceber que esse marmita que você arrumou não merecia ser nem porteiro de condomínio. Um secretário de governo que não consegue levar um filiado para um partido soma em o que politicamente? Será que você não percebe. Você só vai acordar depois que sair do terceiro andar. Um homem com a sua formação não podia de maneira alguma ser tão tapado como está sendo ou você tem ódio do itabirano, seu governo era mesmo para vingar alguma coisa? Quem sabe as três derrotas que sofreu, será isso?
É triste saber que apoiei Damon acreditando que ele faria um bom governo e que principalmente iria combater implacavelmente a corrupção. Mais triste ainda é saber que além de fazer um péssimo governo ele ainda nos critica. Há horas que me sinto culpado, realmente fomos irresponsáveis quando votamos nele sabendo que ele não tinha nenhuma experiência política nem administrativa. Vamos ver se não erramos mais este ano, para mim serviu de exemplo.
Esse Vereador Lucio Mauro só pode ser um boca aberta,não conseguiu submeter a lista de filiados do PSC,é um Zé Ruela mesmo.
Uaí!!! Cadê os 500 filiados que o Marmita falou que tinha filiado no PRB 10???? Esse Marmita é um mentiroso,é um fumo.