Cidades

Crise hídrica em Itabira causa suspensão de aulas e impacta rotina de famílias

Falta de água afeta escolas, creches e compromete abastecimento enquanto obras do Projeto Rio Tanque avançam lentamente

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Divulgação/SAAE. 

A cidade de Itabira, localizada na região Central de Minas Gerais, enfrenta uma crise hídrica sem precedentes. Moradores relatam que as torneiras estão secas há dias, obrigando muitos a recorrer a parentes e amigos na zona rural ou a comprar água mineral para consumo e higiene. A escassez de água persiste há pelo menos dez meses, período que coincide com a reeleição do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), que venceu com 76% dos votos.

Nesta quinta-feira (11), alunos da rede pública ficaram sem aulas, e creches não puderam receber crianças, e a mudança repentina gerou impacto direto na rotina de pais e responsáveis que não tinham alternativas para deixar os filhos para ir trabalhar.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) informou que a escassez é consequência da prolongada estiagem, que reduziu os níveis dos reservatórios que abastecem a cidade. Em agosto deste ano, a Prefeitura de Itabira decretou situação de emergência devido à estiagem prolongada, medida que vale até 30 de novembro.

Para enfrentar a crise, a Vale iniciou as obras do Projeto Rio Tanque, que inclui a construção de um novo sistema de captação e uma Estação de Tratamento de Água com capacidade de 600 litros por segundo, volume superior ao consumo atual de 400 l/s da população de Itabira. As obras incluem também a implantação de uma adutora de 25 quilômetros, três estações elevatórias de bombeamento de água, um tanque de alimentação direcional e uma câmara de transição. A previsão é que o sistema entre em operação em 2026.

Até a conclusão do empreendimento, a Vale se comprometeu em manter o fornecimento de 160 litros por segundo de água para abastecimento do Anel Hidráulico e das Estações de Tratamento de Água Areão e Rio de Peixe, mas isso não tem sido o suficiente.

Moradores criticam a falta de medidas emergenciais do poder público para amenizar os efeitos da seca. Donas de casa relatam que o prefeito Marco Antônio (PSB) não tem adotado ações como a distribuição de água por caminhões-pipa, recurso que poderia reduzir o sofrimento da população.

Especialistas em gestão urbana reforçam que, em períodos de seca extrema, medidas emergenciais são essenciais para garantir acesso à água potável e evitar riscos à saúde da população. Até o momento, essas ações ainda não foram implementadas em Itabira.

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