Escolas estaduais mineiras recebem prêmio que reconhece experiências bem sucedidas de ensino remoto
Ao todo, foram escolhidas dez instituições brasileiras, incluindo as escolas estaduais Doutor Pompílio Guimarães, em Leopoldina, e Indígena Capitãozinho Maxakali, em Bertópolis
A suspensão das atividades presenciais foi um desafio para escolas de todo o país. Em Minas Gerais, as unidades de ensino se reinventaram e desenvolveram estratégias que garantiram a participação e o aprendizado dos estudantes durante o ensino remoto. Como reconhecimento a essas iniciativas, as escolas estaduais Doutor Pompílio Guimarães, em Leopoldina, e Indígena Capitãozinho Maxakali, em Bertópolis, estão entre as vencedoras da 5ª edição do Prêmio Territórios, realizado pelo Instituto Tomie Ohtake e seus parceiros.
O prêmio tem como objetivo mapear, reconhecer e disseminar as experiências pedagógicas bem sucedidas que foram e têm sido desenvolvidas pelas escolas desde o início da pandemia de covid-19. As unidades buscaram responder a esses desafios, considerando as dificuldades e as limitações envolvidas, de forma consistente e inovadora.
Em Minas Gerais, para garantir que o processo de ensino e aprendizagem tivesse continuidade mesmo com o fechamento das escolas, foi implementado o Regime de Estudo não Presencial. A principal ferramenta do ensino remoto são os Planos de Estudos Tutorados (PETs). Nas duas unidades estaduais vencedoras, as estratégias apresentadas foram direcionadas para a entrega e a adaptação do material.
Construindo vínculos
Na Escola Estadual Doutor Pompílio Guimarães foi criado o projeto “Escola fechada, educação em movimento!”. Ao levar os materiais até as casas dos estudantes, a equipe pedagógica transformou o desafio de garantir educação na pandemia em uma oportunidade para estreitar ainda mais os laços com a comunidade, aprofundar a vivência no território e acolher estudantes e famílias.
“O projeto engloba todas as ações que desenvolvemos durante o ensino remoto. Cerca de 40% dos nossos alunos estão na área rural, com zero acesso à internet. Os demais também não têm boas condições de ter aulas on-line e precisávamos encontrar um jeito da educação chegar até eles. Então, entregamos os PETs impressos nas casas dos estudantes e aproveitamos essa oportunidade para conversar com os pais e dar apoio”, conta o diretor da escola, João Paulo Araújo.
Segundo o gestor, todas as ações desenvolvidas no projeto resultaram na adesão das atividades presenciais que a unidade de ensino vem tendo. “O grande objetivo era olhar para esse território e ver o que era possível construir, quais as possibilidades e as condições, queríamos manter o vínculo dos alunos com a escola para quando a gente pudesse ter um retorno satisfatório, como o que estamos tendo. O nossa volta presencial chegou a 80%”, diz.
PETs adaptados
Já na Escola Estadual Indígena Capitãozinho Maxakali, o marco foi a elaboração dos PETs. Respeitando as necessidades locais, a unidade de ensino construiu seu próprio PET com base na cultura e na língua Maxakali, como explica o diretor Nilson Ferreira dos Santos. “A partir do PET proposto pela Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), os professores Maxacali elaboraram o nosso próprio Plano de Estudo Tutorado. Tivemos todo acompanhamento da Superintendência Regional de Ensino (SRE) para esse trabalho”, lembra
O gestor destaca também a importância do prêmio para a escola. “É uma grande conquista, em especial para os professores Maxacali. O trabalho deles é magnífico e essa premiação é um reconhecimento de tudo que é feito”, finaliza Nilson Ferreira. Atualmente, a escola atende a alunos dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A 5ª edição do Prêmio Territórios reconhecerá, ao todo, experiências de dez escolas do país. Elas receberão doação de livros para as bibliotecas, apoio para a realização de um minidocumentário que apresentará parte dos processos e dos resultados das ações, uma bolsa de estudos cada uma, além de apoio financeiro no valor de R$ 5 mil.
O prêmio
Em 2021, o Prêmio Territórios teve, pela primeira vez, alcance nacional. Esta edição foi dirigida às escolas públicas municipais e estaduais de todo Brasil, contemplando os ensinos infantil, fundamental, médio e a EJA. A iniciativa recebeu 155 inscrições. Saiba mais sobre o prêmio clicando aqui.
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