Cidades

Presídio de Janaúba produz jalecos hospitalares para médicos e enfermeiros

Cerca de 150 peças estão sendo confeccionadas para auxiliar equipes do município no combate à pandemia de covid-19

Ação é oportunidade para detentos aprenderem um novo ofício e cooperar com a saúde pública. Divulgação/Sejusp

O Presídio de Janaúba, na região Norte de Minas, colabora com os esforços para contenção da covid-19, com a produção de capotes hospitalares - um tipo de jaleco, que será utilizado como equipamento de proteção individual por médicos e enfermeiros da cidade. Cinco detentos estão trabalhando na confecção de cerca de 150 itens, que serão destinados a hospitais administrados pela Secretaria Municipal de Saúde. 

O projeto é fruto de uma parceria entre a unidade prisional, a Prefeitura de Janaúba, o Conselho da Comunidade da Comarca e empresas locais. O Poder Judiciário ofereceu conserto das três máquinas de costura empregadas no trabalho, enquanto o município e a iniciativa privada forneceram os demais insumos, como tecidos, linhas, agulhas, tesouras, réguas e esquadros.

Para o diretor-geral do presídio, Ednei Cunha, a iniciativa significa um retorno dos presos à comunidade em que estão inseridos. “Com esta ação, estamos contribuindo para o enfrentamento ao coronavírus e nos aproximando da sociedade”, comenta.

Gerente de produção da unidade, o policial penal Romildes Gomes destaca a relevância das parcerias estabelecidas para viabilização de projetos que beneficiam a todos. "O Presídio de Janaúba tem buscado o envolvimento e a participação de vários setores da sociedade para a oferta de oportunidades de trabalho aos presos, a fim de promover a ressocialização desses indivíduos privados de liberdade", afirma.

Produção
Apenas dois dos custodiados envolvidos na confecção dos capotes possuíam noções prévias de costura. Com objetivo de prepará-los para o desenvolvimento da atividade, a costureira autônoma Salete Rodrigues, que já era parceira da Prefeitura de Janaúba, ofereceu um curso de capacitação. A produção começou na segunda-feira (18/5).

O detento Luiz Carlos dos Reis descreve como tem sido a prática. “Não tinha experiência na área, pois a minha profissão é outra. Hoje, sou uma nova pessoa e agradeço aos idealizadores do projeto. Eu me sinto na linha de frente de combate ao vírus, porque o que estou fazendo será usado por pessoas que estão salvando vidas”, diz.

Já a gerente de Mobilização Social e Educação da Secretaria Municipal de Saúde, Idalice Celestina de Souza Martins, relata ter ficado surpreendida e satisfeita com a qualidade e o resultado dos serviços prestados. “Este trabalho contribuirá muito com o setor de Saúde do município”, salienta.

Para os internos, além da oportunidade de aprender um novo ofício e de cooperar com a saúde pública, o que configura um importante meio de ressocialização, há a vantagem da remição de pena. A cada três dias trabalhados na confecção dos jalecos, um é subtraído de sua condenação.

Comentários