Moradores do bairro Gabiroba, em Itabira, acusam fiscais da prefeitura de destruírem horta comunitária
Moradores do bairro Gabiroba procuraram O Folha de Minas para reclamar da ação de fiscais da Prefeitura de Itabira, em Minas Gerais. Segundo eles, há tempos vinham reclamando na prefeitura de uma área pública abandonada próximo ao ginásio poliesportivo, que estava sendo usada para descarte de entulho e lixo, onde proliferava insetos e roedores que invadiam as casas de moradores vizinhos ao terreno baldio.
De acordo com eles, cansados de reclamar na prefeitura sem que providências fossem tomadas, decidiram cercar a área para evitar o acumulo de entulho e depois de algum tempo limparam o terreno que passou a ser usado para plantações. No local foi plantada uma grande horta que estava produzindo abóbora, milho, feijão, jiló, etc., que eram consumidos por aqueles que cuidavam do terreno e também distribuídos com famílias carentes. A partir daí, a área que antes servia para criação de insetos, aracnídeos e serpentes, passou a ser útil à todos.
De acordo com Geraldo Gomes dos Santos Schleweis, um dos voluntários da horta, depois de um tempo que estavam produzindo no terreno, receberam a visita de fiscais da prefeitura que foram averiguar denúncia anônima de que o terreno estava sendo utilizado pelos moradores como horta comunitária. Os fiscais então informaram aos moradores que não poderiam continuar plantando no local e deram um prazo para que eles colhessem a produção e arrancassem toda cerca. Mesmo contrariados, os moradores concordaram com os fiscais. Segundo Geraldo Schleweis, o maior medo dos moradores era que o espaço que até então estava sendo útil a sociedade, voltasse a ser novamente um lixão, criadouro de cobras, escorpiões e outros insetos. Mesmo assim, começaram a colheita para desocupar o terreno e remover a cerca.
Mas para a surpresa, poucos dias depois da primeira visita, antes que pudessem colher a produção, os fiscais voltaram ao local e dessa vez cortaram os arames destruindo a cerca, com toda plantação ainda sem ser colhida, pois não houve tempo para que a sociedade tomasse conhecimento e ajudasse a consumir a produção que era muita.
Hoje os moradores reclamam que já começaram a aparecer no local as primeiras descargas de entulhos e apelam para o bom senso da prefeitura, de que é melhor o terreno ocupado com a horta servindo a sociedade, do que tornar-se novamente um ponto de descarte irregular de resíduos de construções.
Segundo Geraldo Schleweis, a população tem ciência de que o terreno é público e que a qualquer momento a prefeitura poderia requere-lo, mas esperavam que isso só ocorresse quando a prefeitura fosse utilizar o espaço. Eles pedem que a prefeitura os autorize a continuar com a horta que serve principalmente as famílias mais carentes do bairro.
“Além de produzir verduras com fartura para várias famílias, a horta ainda servia de distração para muitos de nós que gostamos de cultivar a terra”, lamenta o morador.
A Prefeitura de Itabira foi procurada e não se manifestou. Os e-mails enviados para a Ouvidoria e para a Comunicação retornaram, e por telefone, não conseguimos falar com ninguém que pudesse responder os questionamentos.
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