Desconfiado e hospitaleiro são os dois traços culturais mineiros que estão presentes nas publicações dos pesquisadores e escritores Alceu Amoroso Lima (Voz de minas: ensaio de sociologia regional brasileira), Maria Do Nascimento Arruda (Mitologia da mineiridade: o imaginário mineiro na vida política e cultural do Brasil), Fernando Azevedo (A cultura brasileira: introdução ao estudo da cultura no Brasil), Fernando Correia Dias (Mineiridade: construção e significado atual), Claudio Bojunga (JK: o artista do impossível), Otavio Soares Dulci (Política e recuperação econômica em Minas Gerais), Manuel Baltazar Pereira Diégues Júnior (Regiões culturais do Brasil), Mônica Chaves Abdala (Receita de mineiridade: a cozinha e a construção da imagem do mineiro), Miran de Barros Latif (As minas gerais) e Cléria Donizete da Silva Lourenço (Cultura Regional Mineira e Relações Comerciais: um Estudo Etnográfico no Varejo).
Essas duas características mineiras juntas (i) a desconfiança, em particular com relação ao interesse e a capacidade do governo em ajudar os menos favorecidos (ii) a hospitalidade, visto por um lado a curiosidade que tem de conhecer outras culturas e por outro poder ajudar os mais carentes, podem trazer ótimos resultados.
Há uma organização não governamental de assistência social situada em Belo Horizonte que está fazendo um trabalho maravilhoso para ajudar os menos favorecidos.
O Instituto de Apoio e Orientação a Pessoas em Situação de Rua – INAPER, lançou, em janeiro de 2016, o projeto de apoio aos moradores de rua que visa o acolhimento, atendimento a questões básicas e reinserção social, espiritual e profissional. Aproximadamente 60 pessoas chegam ao local todas as manhãs para tomar banho e café.
"Desde o ano passado temos aberto o espaço para a educação", destaca a coordenadora Maria Angélica Lugon. "Já preparamos uma turma com aulas de matemática e português para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA) e no último semestre eles participaram do Programa de Desenvolvimento Individual, que consiste num trabalho em conjunto com as psicólogas do Centro Universitário UNA, visando preparar os assistidos para o retorno ao mercado de trabalho", finaliza Angélica.
Na segunda há atendimento com os psicólogos, na quarta com pedagogos, e na sexta tem ajuda de professores e um advogado. Todas são voluntários e essas oficinas trabalham a questão do desenvolvimento pessoal deles, na responsabilidade de decisão de cada um sobre suas próprias vidas, plano de vida, direitos, entre outros. O Inaper precisa de apoio financeiro e por isso organizam um Brechó com muitas roupas selecionadas. Esse brechó funciona no segundo sábado do mês de 09:00 às 12:00h na sede da INAPER que fica em Belo Horizonte, na rua sete Lagoas 236, bairro Bom Fim.
Isso mostra a espiritualidade de uma sociedade doce e hospitaleira como são os mineiros.
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