O Instituto Nacional de Câncer (Inca) vai promover campanha na próxima quarta-feira (4) para alertar a população sobre a importância da dança de hábitos para evitar a doença. A campanha Qualidade de vida ao nosso alcance: escolhas saudáveis para prevenir o câncer contará com a participação de profissionais de saúde e personalidades ligadas à alimentação, esportes e práticas saudáveis. A iniciativa faz parte da agenda de eventos promovidos todos os anos para marcar o Dia Mundial do Câncer.
Segundo a chefe da Área de Alimentação e Nutrição do Inca, Sueli Couto, muita gente desconhece a importância dos alimentos na prevenção do câncer. “O consumo de [alimenos] industrializados, com altos índices de sódio, vêm crescendo muito, causando maior índice de obesidade e, consequentemente, aumentando as chances de ter a doença. Um peso corporal adequado é importante para diminuir muitos tipos de câncer, incluindo os mais incidentes, como os de mama e de próstata, e principalmente os gastrointestinais.”
Sueli disse que a opção pela praticidade na alimentação gera um alto custo para a saúde. “A falta de tempo tem adoecido as pessoas. É preciso mudar essa lógica e tornar os bons hábitos alimentares uma questão de prioridade. Se a família dividir tarefas e se organizar, é possível preparar refeições de qualidade.”
A nutricionista sugere a troca dos alimentos embutidos e industrializados, como salsichas, nuggets e lasanha congelada, pelo arroz, feijão, pelas verduras e legumes. Além disso, é bom evitar refrigerantes e refrescos em pó e dar prioridade aos sucos de frutas naturais, afirmou Sueli, ao lembrar que é preciso parar de fumar e limitar o consumo de bebidas alcoólicas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos 33% dos cânceres mais comuns podem ser evitados diminuindo-se o consumo de álcool e adotando dietas mais saudáveis, a exposição moderada ao sol e a prática de atividade física regular. A OMS estima que somente o abandono do hábito de fumar aumenta a proteção contra a doença em cerca de 50%.
Junto com a Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer, a OMS publicou, no ano passado, um estudo segundo o qual o número de novos casos de câncer deve aumentar 57% em 20 anos, chegando a 22 milhões de pessoas. As mortes por câncer, que no período do estudo chegaram a 8,2 milhões por ano, podem atingir 13 milhões nas próximas duas décadas.
No Brasil, a estimativa feita pelo Inca para este ano é 576 mil novos casos de câncer, incluindo os de pele não melanoma, o que reforça a magnitude do problema no país. Segundo a estimativa, o câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), do cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).
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