Rio de Janeiro - A escritora carioca Nélida Piñon morreu neste sábado (17) em Lisboa, aos 85 anos.
Integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1989, ela foi a primeira mulher a presidir a entidade.
Descendente de galegos, Nélida Cuíñas Piñon - filha de pais originários da Galícia, na Espanha - nasceu no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, no dia 3 de maio de 1937 e se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Estreou na literatura com o romance “Guia-mapa de Gabriel Arcanjo”, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus.
Em 1984, lançou uma de suas obras mais marcantes: “A república dos Sonhos''. No romance, baseado na história de uma família de imigrantes galegos, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil. Seus escritos foram traduzidos em mais de 30 países e contemplam romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias, que renderam conquistas importantes, entre eles o Prêmio Jabuti, o mais tradicional reconhecimento literário do Brasil. Ela recebeu a honraria na edição de 2005 com o romance “Vozes do Deserto”.
Nélida Piñon recebeu ao longo de sua carreira mais de 40 condecorações nacionais e internacionais.
Ainda criança, Nélida já escrevia pequenas histórias. Em 1961, aos 24 anos, estreou na literatura com o romance ‘Guia-mapa de Gabriel Arcanjo’.
Em 1990 foi eleita para a cadeira n.º 30 da Academia Brasileira de Letras. Em 1996 foi eleita a primeira mulher a presidir a ABL por ocasião do seu primeiro centenário.
No dia 9 de novembro de 2011, foi inaugurada em Salvador, Bahia, a Biblioteca Nélida Piñon, a primeira biblioteca do Instituto Cervantes que recebeu o nome de um escritor de língua não hispânica.
Em outubro de 2015 foi inaugurada em Cotobade, Galícia, terra de sua família a Casa de Cultura Nélida Piñon.
No Rio, Nélida Piñon dá nome a uma biblioteca comunitária na favela Kelson, no Complexo da Maré.
Adeus, Nélida!
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