- Athaliba, a atuação catastrófica do mito pés de barro na Presidência da República só reforça a disposição na luta contra desigualdades e injustiças que afligem a maioria da população e, também, na defesa da soberania do Brasil, tão achincalhado no mundo, ultimamente. Percebo cada vez mais que a implantação do poder popular na pátria amada é o sistema de redenção que irá expurgar todas as mazelas praticadas no país desde o processo de colonização.
- Marineth, ocê não acredita que ele, após se pronunciar em cadeia nacional de rádio e TV, enfim, possa ter noção do quanto tem sido ridículo, caricato, cômico e deixar de ser desatinado?
- Athaliba, desculpe, mas ocê não é tão idiota a ponto de não perceber que ele se equilibra em mentiras deslavadas, impudicas, desavergonhadas. O discurso que fez em 23/3, repelido por ‘panelaço’ que ecoou em todo o território nacional, foi “prá boi dormir”, como cantava Raul Seixas. Aquilo foi conversa mole, lero-lero, desculpa esfarrapada para tentar encobrir a sinistra marca de mais de 300.000 mortos por COVID-19 que o Brasil estava prestes a registrar, como ocorreu no dia seguinte.
- Marineth, ele não está bem intencionado após trocar o general de divisão do Exército, Eduardo Pazuello - investigado por omissão no enfrentamento da pandemia no Amazonas - pelo cardiologista Marcelo Queiroga, no Ministério da Saúde?
- Phorra, Athaliba. Faça-me o favor, né? Ocê acha que após o mito pés de barro ter exibido caixa de Cloroquina para a ema no Palácio da Alvorada, ao correr atrás dela, em julho do ano passado, ele alteraria o comportamento esquizofrênico? A cena hilariante que deixou internautas incrédulos no mundo, ao girar o planeta em redes sociais, foi flagrada por repórteres fotográficos que fazem cobertura da movimentação presidencial no local.
- Marineth, a troca de ministros não altera o papel dele na pandemia que devasta o país?
- Claro que não, Athaliba. Não seja ingênuo. O cardiologista disse em alto e bom som aos jornalistas a quem é servil, na Esplanada dos Ministérios, quando escolhido: “A política é do governo e não do ministro da saúde. O ministro executa”. Ele tem estreita relação com a família do mito pés de barro e, após a eleição de 2018, participou da equipe de transição de governo, dando sugestões na área de saúde. Portanto, o Queiroga é continuidade do Pazuello que afirmou de forma subserviente, em transmissão ao vivo, 22/10 de 2020, ao lado do mito pés de barro, que “é simples assim: um manda e o outro obedece”. No dia anterior, o general tinha sido advertido pelo capitão para invalidar o protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac.
- Marineth, então a política de combate à pandemia não terá significativa mudança, né?
- É isso aí, Athaliba. Após os médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich serem demitidos do cargo por discordar do mito pés de barro, e do fracasso esperado do general Pazuello na função, o Queiroga - 4º ministro da Saúde em pouco mais de um ano de pandemia – é “pau mandado”.
- Marineth, é lamentável tudo isso e muito mais de desastroso que esse governo produz. E daqui manifestamos nossas sinceras condolências aos familiares das vítimas de mais de 300.000 mortos pelo COVID-19. Aproveitamos para felicitar médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde pela dedicação e trabalho incansável nessa crise sanitária que devasta o país.
- Athaliba, a situação tem sido dramática e extenuante para os profissionais de saúde. A revelação da médica intensivista Thais Butelli em entrevista à RBS TV ilustra a tragédia. “A gente, infelizmente, vem tendo que escolher qual paciente receberá atendimento; isso se tornou corriqueiro nos últimos 10 dias, o que nos dói muito. Pacientes que em cenário normal acessariam o CTI e teriam condições de se recuperar e voltar para casa, hoje, não consegue acessar, pois você tem que dar lugar a pessoas que têm mais chances de recuperação. São escolhas que fazemos com muito sofrimento, mas que são necessárias. Essa é a realidade que a gente vive. E é importante que as pessoas saibam que isso é desesperador”.
- Marineth, o médico e professor especialista em saúde pública Roberto Medronho, que foi diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já alertava que o sistema de saúde poderia colapsar se não houvesse o fechamento de tudo o que não fosse essencial. Deu no que deu. E ele diz que “não precisaríamos estar passando por isso agora”. Para dar um breque nessa situação, amiga, vamos assistir ao vídeo do medico e compositor Tuninho Ledo, no link https://www.youtube.com/watch?v=_dVJ5KxzofM, no qual canta “Guardiãs da saúde”, música composta em homenagem as incríveis mulheres na linha de frente da saúde. O Ledo – Antonio José Ledo Alves da Cunha – é professor da UFRJ, da qual foi vice-reitor entre 2011-2015. Tô com ocê no clamor de que o poder popular é redenção para o Brasil!
Comentários
É o mito vai fazendo sua trocadilha no ministério da saúde, até acertar um ministro da saúde. Não que correr o risco de ter um na calçada da fama.
Caro Lenin, Uma feliz, interessa e muito inteligente análise de conjuntura a cerda da falta de piloto durante a pandemia. Forte e fraterno abraço.