Brasil

STF autoriza visitas de familiares a Bolsonaro em prisão domiciliar

Decisão de Alexandre de Moraes permite acesso de filhos, netos e cunhadas sem necessidade de autorização prévia

bolsonaro
Marcelo Camargo/ABR - 

Brasília - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (6) que o ex-presidente Jair Bolsonaro receba visitas de familiares em sua prisão domiciliar sem a necessidade de autorização prévia.

A decisão se aplica a filhos, cunhadas, netas e netos de Bolsonaro. Segundo Moraes, as visitas podem ocorrer “sem necessidade de prévia comunicação, com a observância das determinações legais e judiciais anteriormente fixadas”.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde a noite de segunda-feira (4), por ordem do próprio Moraes. Na ocasião, investigadores também fizeram uma nova apreensão de celulares ligados ao ex-presidente, que já teve outros aparelhos confiscados anteriormente.

Inicialmente, a decisão judicial permitia visitas apenas de advogados. Moraes também determinou que Bolsonaro não pode utilizar celulares, nem mesmo os de terceiros.

Violações e redes sociais

Na decisão de segunda, Moraes afirmou que Bolsonaro violou medidas cautelares anteriores ao usar, direta ou indiretamente, as redes sociais. Ele classificou a conduta como desrespeitosa:

“A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico”, escreveu o ministro.

Moraes anexou postagens feitas no domingo (3) em perfis dos filhos de Bolsonaro, nas quais o ex-presidente aparece saudando manifestantes que pediam anistia a envolvidos em uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Na terça-feira (5), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a publicação foi feita por iniciativa própria e que o pai não participou da ação, portanto, não violou diretamente a proibição.

Pressão externa e sanções

O caso gerou repercussões internacionais. O governo dos Estados Unidos impôs sanções contra Moraes e outros ministros do STF, alegando perseguição política. Em paralelo, o presidente americano Donald Trump adotou tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras, que entraram em vigor nesta quarta-feira (6). O gesto é interpretado como retaliação pela prisão de Bolsonaro.

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