Brasil

Lula reafirma abertura ao diálogo com EUA após fala de Trump

Presidente diz que prioridade é proteger empregos, empresas e a economia brasileira diante das tarifas impostas por Washington

presidente lula
Ricardo Stuckert / PR - 

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou na noite desta sexta-feira (1º) que o Brasil segue aberto ao diálogo com os Estados Unidos, mesmo após as sanções econômicas e diplomáticas impostas por Washington. Em publicação nas redes sociais, Lula reforçou que a prioridade do governo é proteger a economia nacional e minimizar os efeitos das medidas unilaterais adotadas pelo governo norte-americano, liderado por Donald Trump.

“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu o presidente.

A declaração foi publicada horas após Trump, durante entrevista nos EUA, afirmar que “pode conversar com Lula a qualquer momento que o brasileiro quiser”, sinalizando uma possível abertura para negociação após semanas de tensão diplomática.

Tarifas e crise diplomática

As sanções anunciadas pelo governo Trump incluem tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, além da revogação de vistos diplomáticos de autoridades, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O pacote foi justificado por Washington como uma reação ao que consideram “ameaças à liberdade” e à “interferência indevida do Judiciário brasileiro”.

A medida teve repercussão imediata no Brasil. O STF se manifestou publicamente em defesa de Moraes e outros ministros atingidos, e movimentos da sociedade civil entregaram manifestos ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, em apoio à soberania nacional.

No plano político, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, comemorou publicamente as medidas adotadas por Trump contra o governo brasileiro.

Governo busca alternativas

Nos bastidores, o governo brasileiro tem mantido diálogo com diplomatas e representantes do setor privado para avaliar os impactos das tarifas e formular eventuais retaliações comerciais ou medidas de compensação econômica.

Ainda não há previsão de uma conversa direta entre Lula e Trump, mas a sinalização do presidente dos EUA pode abrir caminho para alguma reaproximação institucional nos próximos dias.

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