Belo Horizonte - O conclave realizado no Vaticano nesta quinta-feira (8) elegeu o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost como o novo líder da Igreja Católica. Aos 69 anos, Prevost torna-se o 267º papa da história e escolheu ser chamado de Leão XIV, sucedendo o papa Francisco, falecido no último dia 21 de abril.

O anúncio oficial foi feito pouco após a tradicional fumaça branca surgir da chaminé da Capela Sistina, indicando que os 133 cardeais chegaram a um consenso após quatro votações. A multidão reunida na Praça de São Pedro celebrou com entusiasmo a escolha, marcada pelo tradicional anúncio “Habemus Papam” feito da sacada da Basílica de São Pedro.

Quem é Leão XIV

Natural de Chicago (EUA), Robert Francis Prevost é o primeiro papa pertencente à Ordem de Santo Agostinho. Missionário no Peru por mais de duas décadas, tem longa trajetória de atuação pastoral e acadêmica, com passagens por diversas funções eclesiais, inclusive como bispo e administrador apostólico em dioceses peruanas.

Seu lema episcopal, In Illo uno unum (“Em um só nós somos um”), reflete seu compromisso com a união e a espiritualidade agostiniana. Prevost é reconhecido por sua proximidade com o papa Francisco, que o nomeou prefeito do Dicastério para os Bispos em 2023 e cardeal no mesmo ano.

Perfil pastoral e formação

Ordenado padre em 1982, Prevost estudou Teologia e Direito Canônico em Roma e nos EUA. Foi prior geral da Ordem de Santo Agostinho por dois mandatos e desenvolveu intensa atividade missionária no norte do Peru, especialmente na região de Trujillo, onde exerceu funções como formador, juiz e professor de seminário.

Desde 2014, sua atuação se intensificou no episcopado e, posteriormente, na Cúria Romana, onde ocupou cargos de grande influência no governo da Igreja.

Perspectivas

A escolha de um papa norte-americano e com sólida experiência missionária na América Latina é vista por analistas como um sinal de continuidade em relação ao pontificado de Francisco, especialmente no foco pastoral, na atenção aos mais pobres e na descentralização da Igreja.

Leão XIV assume a liderança espiritual de mais de 1,4 bilhão de católicos em todo o mundo em um momento de grandes desafios internos e externos, como a secularização crescente, questões sociais globais e a reforma da própria estrutura eclesial.