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PBH e Arte em Cores BH promovem criação de mural de 100m² na Estação Barreiro

mural
Foto: André Amparo - 

Belo Horizonte - Depois de produzir 27 novos murais artísticos descentralizados por toda a Belo Horizonte, o projeto Arte em Cores segue para a última etapa com a criação de um painel de 100 m² na Estação Barreiro, por onde passam diariamente cerca de 40 mil pessoas. Os usuários poderão acompanhar a criação do mural, que será produzido entre 2 e 5 de agosto, a partir de técnicas como graffiti, stencil, pintura e colagem, entre outras. Neste sábado (5), das 14h às 17h, haverá a finalização do painel com encontro com todos os artistas participantes, e a entrega de certificados será feita às 15h. 

Para essa produção, os artistas que participaram da primeira etapa do projeto passaram por mais uma seleção, que contemplou um artista de cada uma das nove regionais de BH. A construção do mural será realizada por nove artistas, sendo cada um deles morador de uma das nove regionais da capital. O trabalho será realizado coletivamente e ainda contará com o acompanhamento de profissionais reconhecidos do campo das artes urbanas, como Davi DMS, Fhero e Lídia Viber, que atuaram como mentores ao longo de todo o processo. O projeto Arte em Cores BH é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, Instituto Odeon e governo de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Os artistas selecionados para esta etapa são: ART.V (Oeste); Bark (Venda Nova); Carol Smocowisk (Pampulha); Fresh (Barreiro); Julianismo (Nordeste); Magu (Leste); Mariana Marinato (Centro-Sul); Othu CLN (Norte); e Pimenta (Noroeste). “O painel coletivo é uma etapa importante do projeto. Dá aos artistas a oportunidade de trocar experiências ao mesmo tempo que gera aprendizados sobre o processo de criação compartilhada”, afirma André Amparo, coordenador do projeto.

O Arte em Cores BH visa descentralizar a produção artística, ativando diversos espaços expositivos em todas as regionais de Belo Horizonte. A primeira etapa do projeto realizou um chamamento público de artistas, selecionando três representantes de cada regional para a produção de obras em seus territórios. Ao todo, 27 artistas produziram murais e contaram com videoaulas sobre arte urbana, técnicas e suportes, além de mentoria para a produção de obra autoral. 

A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, ressalta a importância de todo o processo do Arte em Cores BH. “A arte urbana é uma marca forte da cultura em Belo Horizonte em todos os seus territórios e que abrange uma cadeia produtiva propositiva, pulsante e criativa. A parceria da Prefeitura de Belo Horizonte com o Arte em Cores cumpriu, por meio do projeto, todo um trajeto estimulante e de transparência, que passou pelo chamamento de artistas, seleção de propostas, criação de murais de diferentes técnicas em todas as regionais, e culminando na criação deste grande painel coletivo, colorindo com arte 28 variados espaços da capital. É uma parceria que cumpre e fortalece as Políticas Públicas de Acesso, Formação, Descentralização e Democratização para o setor”, diz a secretária.

Sobre os selecionados e obras

ART.V - Regional Oeste
ART.V é natural de Belo Horizonte e começou a grafitar em 2013. Em 2015, iniciou uma oficina de graffiti por meio do Programa Escola Integrada, onde trabalha até hoje como monitor de oficina de artes. ART.V trabalha com o realismo e, por meio dessa técnica, traz referências a lutas e resistências diversas na intenção de fortalecê-las e reafirmá-las.

Obra 1ª etapa - Seu painel “A rua ensina” mostra o rosto de uma criança negra, filho de uma amiga que ele admira muito. A ideia é representar a resistência de um povo, que, mesmo reprimido a ponto de extinguir-se, ainda resiste ao nascer.  Endereço: R. das Amendoeiras, 413a - Marajó.

Bark - Regional Venda Nova
Nascido em Belo Horizonte, Leandro Batista, ou Bark, como é conhecido, começou a desenhar em 2002 por influência do seu irmão mais velho. Em 2013, entrou em um curso profissionalizante de pintura artística na instituição Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, em Ribeirão das Neves. Bark começou a pintar em 2021 e desde então vem se especializando e tendo o graffiti como profissão.

Obra 1ª etapa - Seu painel recebeu o título de “Amor não se compra” e foi inspirado na frase “da casa para o trabalho, do trabalho para a casa”. A obra estimula uma reflexão sobre a perspectiva cotidiana de focar em sobreviver e adquirir bens, mostrando que temos necessidades humanas e que o afeto é o combustível para a vida. Endereço: R. Padre Pedro Pinto, 6461 - Venda Nova. 

Carol Smocowisk - Regional Pampulha
Nasceu em São Paulo, onde cursou Artes Visuais (Unesp) e Design de Publicidade (Escola Panamericana de Arte e Design). Trabalhou alguns anos com criação publicitária, design gráfico e ilustração. Em 2021, já morando em Belo Horizonte, concluiu sua segunda graduação: Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, aos 37 anos, Carol se dedica ao trabalho de artista plástica, principalmente como pintora de telas e murais.

Obra 1ª etapa - Arte em Cores: A artista produziu a obra “De onde brotam”, que propõe a expansão da área de atuação dos equipamentos culturais no Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 16390, Jardim Atlântico.

Fresh - Regional Barreiro
Fresh é belo-horizontino e iniciou sua carreira como grafiteiro em 2006. Formado em pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais e Design Gráfico pela Oi Kabum Escola de Arte e Tecnologia, o artista busca formas de trabalhar o graffiti, a pintura e o design como elementos complementares. Atualmente ele é arte-educador na rede municipal de ensino de BH e em projetos sociais.

Obra 1ª etapa - Seu painel foi batizado de “Sobre mim”. Com a criação de uma imagem que flutua no espaço da parede sem elementos “presos” ao chão deixando os personagens soltos no espaço, a pintura transmite a ideia de fantasia e surrealismo, proporcionando um ambiente lúdico e passível de várias interpretações, objetivo maior da obra que também é referenciada por artistas como Jean-Michel Basquiat, Pablo Picasso e Candido Portinari, inspirações do repertório criativo de Fresh. Endereço: Rua Graúnas, 334 - Vila Cemig.

Julianismo - Regional Nordeste
Juliana é graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Sua trajetória artística transita entre diferentes espaços e suportes, tendo como foco principal a pintura. Investiga as características expressivas da figura humana, explora as proximidades do ato do retrato como possibilidade de acesso às questões de identidade e de raça, mesclando sua própria história com as subjetividades e memórias individuais e coletivas da pessoa retratada.  

Obra 1ª etapa - Batizado de “Encontros”, o painel de Juliana mostra dois jovens brasileiros e suas identidades. A obra é fruto de sua pesquisa sobre a juventude e sobre questões raciais e sociais da comunidade. Endereço: E.E. Santo Afonso. Av. Bernardo de Vasconcelos, 1334 - Cachoeirinha. 

Magu - Regional Leste
Magu cresceu no Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte. Ele começou a desenhar ainda na infância, porém se apaixonou pelo graffiti quando conheceu o projeto Fica Vivo. O artista viu vários amigos que faziam a oficina de graffiti, se encantou com a arte e nunca mais parou.

Obra 1ª etapa - Seu painel, “Sonhos”, fala sobre acreditar nos sonhos que se tem e passa a mensagem de que é possível cada um viver o seu sonho. Magu quis mostrar que as pessoas da “quebrada” podem ser o que elas quiserem. Endereço: R. Padre Júlio Maria, 1543 - Vera Cruz. 

Mariana - Regional Centro-Sul 
Mariana Marinato é pintora, grafiteira e tatuadora desde 2020. Já participou de exposições coletivas em Belo Horizonte e eventos de graffiti pelo Brasil. Sua pesquisa gira em torno da relação do tempo com a natureza e o espaço urbano, refletindo questões sociais atuais e como os constantes avanços refletem na vida das pessoas. 

Obra 1ª etapa - O conceito central do seu painel “Pra seguir com fé” é transmitir uma mensagem de representatividade e empoderamento das pessoas negras, ressaltando a importância de caminhar para frente sem olhar para trás. Endereço: R. Américo Scott, 80 - Serra. 

Othu CLN - Regional Norte 
Othu começou no graffiti em 2004, na cidade de Ribeirão das Neves, mas só se desenvolveu mais na arte em 2006, quando conheceu os grafiteiros Seres, Anjo, FDS e Wera. Atualmente faz parte da CLN Criações junto com Wera, Goi, Mib, Hermanik e Audaz. Por meio da CLN, conheceu várias cidades e estados do Brasil. 

Obra 1ª etapa - Em seu painel para o Arte em Cores BH, que ganhou o nome “The ink smile”, o artista faz uma homenagem ao grafiteiro Wera, já que foi por causa dele que conseguiu desenvolver seu trabalho no grafitti. Endereço: Av. Dom Pedro I, 3880 - Planalto. 

Pimenta - Regional Noroeste 
Nascida em Ribeirão das Neves, Pimenta teve seu primeiro contato com a cultura hip-hop em 2007 na escola, por meio do graffiti. Anos depois, se estendeu para o breaking e participou de diversos eventos renomados da cultura hip-hop no Brasil. Atualmente é pedagoga, educadora social, B-girl, grafiteira, artesã, palhaça e produtora cultural. Por meio dos seus trabalhos, a artista constrói iniciativas de empoderamento para jovens e mulheres da periferia visando à democratização e descentralização do direito à arte e à cultura a partir de metodologias de ensino didáticas e inovadoras. Pimenta é integrante dos grupos Nunca Fui Barbie Crew, Ladies Letters Crew, Clowns Crew e Click Rua.

Obra 1ª etapa - Seu painel, “Letras dançantes”, tem o objetivo de falar sobre a dislexia e pessoas que têm um tempo diferente de ler o mundo, além de incluir fragmentos da personalidade da artista, vivências com a palhaçaria e a cultura hip-hop. Endereço: E.E. Professor Morais. R. Bartolomeu de Gusmão, 149 - Padre Eustáquio.

Sobre o Arte em Cores
O Arte em Cores BH é um desdobramento da iniciativa que já realizou duas edições nos estados do Pará e do Maranhão. O projeto se dedica à valorização das diversas expressões artísticas difundidas nas ruas, como grafite, estêncil e colagem. Os múltiplos efeitos podem transformar a vida de pessoas e de comunidades inteiras, redesenhar as paisagens das cidades, desenvolver habilidades e talentos e promover a inclusão social. Em Belo Horizonte, o projeto estimula a descentralização da arte urbana, levando novas intervenções artísticas para todas as nove regionais da capital. 
 

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