Todo início de governo as atenções se voltam para o que há de mais radical em questão de mudança e rompimento com a equipe que antes governava. A mudança sempre ocorre, mesmo que esta não seja percebida pela grande massa de maneira imediata.
Quando um governo é eleito e toma posse a primeira mudança, claro, é a troca de nomes na ocupação de cargo dentro da equipe organizada e chefiada pelo nome que foi aprovado pelas urnas. Além da colocação de nomes para as pastas dentro da estrutura do governo, espera-se ações em favor de mudança e desenvolvimento em questões relacionadas ao bem de toda a população. Sem contar que a esperança está alicerçada e baseada naquilo que foi apresentado durante a campanha eleitoral. Na maioria das vezes realmente a mudança e rompimento com o antigo governo acontecem e aproximam daquilo que foi vendido à população durante o período dedicado à apresentação de planos e promessas.
Vale ressaltar e orientar aos desavisados que não têm tanto conhecimento e aproximação com os chamados, dentro de organização política, plano para vencer uma eleição e plano para governar. Os dois planos são diferentes. O primeiro tem relação direta com o desejo e exigência do eleitorado nos momentos que antecedem a campanha eleitoral e também durante a campanha oficial. O segundo está bem mais voltado para a responsabilidade e necessidade da população e aos domínios que o governante está submetido. Tem relação direta com o quanto é fundamental a ação, se esta ação tem prioridade em relação a outras, se está totalmente voltada para o povo e se os recursos financeiros são adequados para a sua execução.
Além disso é prudente ao governante a observação de diversos aspectos e fatores para não prejudicar e comprometer o futuro da sociedade. Desta maneira é necessário e coerente uma equipe de governo que tenha capacidade e responsabilidade com o coletivo.
Seguindo esta linha de raciocínio é justo e honesto por parte de qualquer equipe política estando ela em uma disputa de cargos, manter ao máximo o plano de vencer uma eleição ao plano de governar para população. Não deveria de maneira alguma deixar o distanciamento entre a teoria e a prática. Pois se assim fizer, de certa maneira será uma covardia e enganação daqueles que não possui tanto conhecimento da maneira como de fato funciona a condução política.
*Júlio Couto é professor na rede pública estadual de ensino em Minas Gerais, com graduação em Letras pela PUC Minas.
Comentários
Um texto objetivo. Um sonho da população. Certamente seria o ideal. Mas infelizmente os políticos visam seu próprio bem estar e de seus aliados.