Solicito a vocês, estimados leitores d’O Folha de Minas, a colaboração para identificar os pré-requisitos de serviços relevantes que justificaram a outorga do título de Pessoa do Ano a Jair Bolsonaro. A cerimônia agendada para 14 de maio, numa realização da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, no Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, poderá não se realizar. É que está em curso campanha contra o evento, tendo a adesão do prefeito novaiorquino Bill de Blasio. Em entrevista à rádio WNYC, ele disse que “Bolsonaro é um ser humano muito perigoso. Eu certamente faço um apelo à direção do museu para que ele não seja recebido lá. Se estamos falando de uma instituição financiada com dinheiro público e de alguém que está fazendo algo destrutivo, fico desconfortável com a situação”.
Afirmando que Bolsonaro pratica “homofobia e racismo evidente”, Blasio justificou o uso da expressão “perigo” com o argumento de que o presidente da República do Brasil tem a intenção em “desenvolver a Floresta Amazônica, o que pode colocar todo o planeta em risco”.
Estudantes, doutorandos, funcionários e pesquisadores da instituição, em carta aberta à direção, pediram o cancelamento da homenagem a Bolsonaro, a quem chamam de “presidente fascista do Brasil”. O expediente foi encaminhado junto com abaixo-assinado que, fim semana, já contava com mais de 500 assinaturas. Por sua vez, através de conta no Twitter, dirigentes do museu disseram que “gostaria de agradecer às pessoas que expressaram suas visões sobre o evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos e queremos que saibam que entendemos e compartilhamos de seu desconforto. E queremos deixar claro que o museu não convidou o presidente Bolsonaro: ele foi convidado como parte de um evento externo. Ainda assim estamos profundamente preocupados com as metas políticas do atual governo brasileiro”.
Centenas de pessoas que se identificaram como ativistas e acadêmicos, em respostas à nota da direção do museu no Twitter, pediram que o evento que inclui a entrega do prêmio a Bolsonaro fosse cancelado. Afirmaram que seria inapropriado que o presidente brasileiro fosse homenageado numa instituição de ciências devido as suas visões. “Ele nega a existência de mudanças climáticas antropogênicas e nomeou vários outros que também as negam para seu gabinete. E ele também está desmantelando as proteções ao meio ambiente no Brasil. Então, obviamente, não se trata de algo para ser celebrado pela ciência”, afirmou Philip Fearnside, que leciona no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia à agência Reuters. Um ambientalista, citado pelo portal Gothamist, ressaltou ser “uma ironia particularmente amarga que um homem que tenta destruir um dos recursos naturais mais preciosos seja nomeado Pessoa do Ano dentro de um espaço dedicado à celebração do mundo natural”.
Em sua conta @bolsonaroSP, o deputado federal Eduardo Nantes Bolsonaro (PSL), filho de Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, escreveu a seguinte mensagem: “O movimento cultural que ocorre no Brasil ocorre da exta mesma e mesma forma no Chile, Inglaterra, França e, claro, nos EUA. Isso visa a construção de um novo mundo suprimindo as culturas locais. Depois falamos que são globalistas e ainda há quem queira fazer chacota conosco”. Também contestando as manifestações de repúdio à homenagem a Bolsonaro no Museu Americano de História Natural, o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), na conta @PauloMartins 10, relatou que “o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que o presidente Bolsonaro é um ‘ser perigoso’, notadamente ‘racista e homofóbico’, que está destruindo a floresta amazônica. É a prova que “o idiota” não habita somente a América Latina. O idiota está por toda parte”.
Nas redes sociais estão brotando manifestações de toda ordem. Um dos comentários revela que “somos piada no mundo inteiro. Esta família inteira é uma vergonha para o Brasil. Um mico atrás do outro. Vergonha, vergonha. Pelo bem do Brasil, por quê não renuncia logo?. Aí, quanta vergonha e infâmia! Isso não pode durar muito tempo!”. Outro comentário diz que “governado por dementes e o Brasil segue sua sina de vergonha internacional. Vergonha tipo exportação. Governo Bozo será lembrado como a Presidência do Severino Cavalcante na Câmara dos Deputados. A diferença é que Severino tinha mais QI”.
Bem, estimados leitores d’O Folha de Minas, conto com o apoio de vocês para que possamos depurar essa situação que abala os alicerces da nossa relação internacional.
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