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Atlético empata no fim, mas vê Grêmio festejar penta da Copa do Brasil em Porto Alegre

Galo buscou o gol a todo momento, mas teve dificuldades para furar a defesa tricolor; gols saíram no fim, com Bolaños, para o time gaúcho, e Cazares, com gol antológico

Não deu para o Atlético. O Grêmio é penta da Copa do Brasil, com méritos. O time alvinegro lutou, mas esteve longe de ter chances reais de reverter a derrota por 3 a 1 no Mineirão. Na Arena, o time gaúcho foi coeso, seguro defensivamente e conquistou o quinto título do torneio com o empate por 1 a 1, quebrando jejum de 15 anos sem taças expressivas.

O Tricolor chegou a estar perto de outra vitória depois que o Bolaños, aos 43 da etapa final, abriu o placar. Mas o também equatoriano Cazares deu números finais à partida aos 46 ao marcar um gol antológico do meio-campo. A bola surpreendeu Grohe e entrou no ângulo.

O Galo fecha 2016 sem o tão desejado bi da Copa do Brasil e sem títulos. Algo frustrante para o elenco que, durante todo o ano, foi apontado como o melhor do país.

A saída de Marcelo Oliveira do comando do Atlético não surtiu o efeito desejado. O time de Diogo Giacomini até mostrou mais organização, principalmente na saída de bola. No entanto, o ataque alvinegro, tão poderoso na temporada, produziu poucas chances claras. O goleiro do Grêmio, Marcelo Grohe, não fez nenhuma defesa durante os 90 minutos.

Defensivamente, o Grêmio esteve novamente impecável. Com o time quase todo atrás da linha central, os gaúchos não deram chances aos mineiros. Em momento algum os atleticanos tiveram uma oportunidade real de gol em jogada construída. O esforço defensivo do time tricolor resultou na conquista do título.

Na noite que começou com homenagens à Chapecoense e com os atletas dos dois times abraçados no minuto de silêncio respeitado às vítimas, o final foi vexatório. Atleticanos partiram para cima de Bolaños, que tentava atrasar uma cobrança de falta, e foi iniciada uma grande confusão. Agressões e empurra-empurra prosseguiram depois do apito final, principalmente com os zagueiros Erazo, do Galo, e Kannemman, do Grêmio. O episódio estragou a atmosfera na Arena, que deveria ser apenas de festa e respeito.

O jogo

Antes do apito inicial, muita festa e emoção. Os jogadores de Grêmio e Atlético se reuniram no meio-campo, em homenagens às vítimas da tragédia com a Chapecoense na última semana. O goleiro Victor chorou copiosamente no gramado. O estádio ficou completamente mudo no minuto de silêncio.

Quando a bola rolou, o Atlético começou melhor. O time alvinegro, diferentemente da primeira partida, mostrou muita organização em campo, dominando as ações no meio e conseguindo evitar as trocas de passe da equipe gaúcha. O Grêmio, que tinha grande vantagem quando a bola rolou, esperava o melhor momento para usar o contra-ataque. Mas os espaços raramente apareceram na defesa do Galo.

Desde o início, o Galo esboçou uma reação. Júnior Urso, de cabeça, e Pratto e Luan, em chutes de fora da área. Em todas, a bola passou perto. O Grêmio passou a sair para o jogo, mas sem assustar muito. Na primeira boa chance, numa cobrança de falta de Douglas, a bola saiu por cima.

O Atlético passou a atacar com menos intensidade. Apesar do domínio territorial, o time de Giacomini não encontrava espaços. Pelas laterais saíam as melhores jogadas. Numa delas, Robinho completou cruzamento de cabeça e a bola passou por cima.

Apesar de ter mandado no primeiro tempo, o Galo poderia ter ido para o vestiário em desvantagem ainda maior. Douglas, com um belo passe de calcanhar no meio-campo, deixou Éverton na cara do gol. O atacante arrancou e finalizou para defesa fantástica de Victor, que salvou o Atlético.

O Atlético voltou para a etapa final mais ofensivo, com Maicosuel no lugar de Júnior Urso. O time continuou trocando mais passes, mas sem eficiência para furar o muro defensivo do Grêmio. O time gaúcho passou a encontrar mais espaços e levar mais perigo. No Galo, apenas chutes de longa distância, todos sem direção.

Giacomini abriu de vez o Atlético com a entrada de Cazares no lugar de Leandro Donizete. O time alvinegro lutou, mas faltou organização ofensiva para quebrar o bloqueio tricolor. Os atleticanos brigaram por cada bola até o fim, mas foi o Grêmio que abriu o placar. Num contra-ataque mortal, troca de passes e a bola chegou em Bolaños, livre, fazer 1 a 0.

O Atlético ainda conseguiu empatar. Numa roubada de bola ainda no campo de defesa, Cazares viu o goleiro Marcelo Grohe adiantado e chutou, de antes do meio-campo, para empatar o jogo com um gol antológico: 1 a 1.
 

GRÊMIO 1 X 1 ATLÉTICO
GRÊMIO
Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemman e Marcelo Oliveira; Wallace, Ramiro (Jailson), Maicon e Douglas (Bolaños); Luan e Éverton (fred)
Técnico: Renato Gaúcho

ATLÉTICO
Victor; Marcos Rocha, Gabriel, Erazo e Fábio Santos; Leandro Donizete (Cazares), Rafael Carioca, Júnior Urso (Maicosuel) e Luan (Lucas Cândido); Robinho e Lucas Pratto
Técnico: Diogo Giacomini

Gol: Bolaños (G), aos 43, e Cazares (A), aos 46 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Marcelo Grohe, Bolaños (GRE); Erazo, Fábio Santos (ATL)

Motivo: 2º jogo da final da Copa do Brasil
Estádio: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Público: 55.337
Renda: R$ 5.105.964,00
Data e Hora: 7 de dezembro, às 21h45
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Marcelo de Carvalho Van Gasse (SP) e Kléber Lúcio Gil (SC)

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