O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, recomendou o acompanhamento da Polícia Federal às investigações que vão apurar a morte do investigador da Polícia Civil de Minas Gerais, Lucas Gomes Arcanjo, ocorrida neste sábado (26) em Belo Horizonte. O policial foi encontrado morto em sua residência enforcado com uma gravata. A morte repentina do policial chamou a atenção porque Arcanjo vinha denunciando em seus perfis nas redes sociais o ex-governador de Minas e senador Aécio Neves (PSDB).
O policial, que já chegou a entregar provas contra Aécio na Corregedoria da Polícia Civil, tinha quase 23 mil seguidores no Facebook e em diversos vídeos denunciou Aécio Neves de ligação com crimes como narcotráfico, compra de habeas corpus, lavagem de dinheiro, corrupção e até morte de opositores. Ele criticava também o Ministério Público, o Poder Judiciário, outros políticos e até a própria Polícia Civil.
Diante disso o Ministério da Justiça informou que vai apoiar a investigação da polícia mineira “tendo em vista as circunstâncias de óbito repentino do policial civil”.
Em uma das gravações, ele conta que foi encontrado um corpo com indícios de execução na propriedade do primo de Aécio, Tancredo Tolentino, e nada foi investigado. A referida propriedade fica no município de Cláudio, onde o governo Aécio construiu um aeroporto na fazenda de seu tio-avô.
Na última sexta-feira (25), um dia antes de morrer, o policial publicou o último vídeo em seu perfil do Facebook se dizendo com “asco” da situação política atual. Disse também que era perseguido e visivelmente desesperado disse que estava a ponto de “partir desse país e não voltar mais”.
As investigações do caso estão a cargo da 1ª delegacia de Policial Civil do Barreiro, região oeste da capital. A Polícia Civil informou que as investigações estão sendo acompanhadas pela Polícia Federal e que não vai comentar o caso.
Em páginas criadas por seus seguidores, Lucas Arcanjo era chamado de herói nacional, devido às graves acusações que fazia contra o poder.
Os familiares não acreditam na hipótese de suicídio devido ao policial estar com mobilidade reduzida e fazer uso de muletas.
Arcanjo tinha dificuldades para andar devido a uma sequela deixada por um dos quatro atentados que sofreu, desde 2002, como suposta retaliações às denúncias que fazia contra as autoridades.
A assessoria do senador Aécio Neves divulgou nota onde culpa o PT pela exploração do fato e disse que tem que esperar as investigações e que a dor da família deve ser respeitada.
“Trata-se de um assunto da competência das polícias, que não guarda nenhuma relação com política. É lamentável a irresponsável exploração que vem sendo feita pelo PT e seus aliados. É preciso nesse momento respeitar a dor da família e esperar o resultado das investigações.
A assessoria esclarece que nas acusações feitas pelo policial em redes sociais ele nunca apresentou qualquer fundamentação.
Assessoria de Imprensa do senador Aécio Neves”
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