Gol de Pratto e retorno de Bernard: a noite dos dois protagonistas no Horto
Por Atlético-MG e Shakhtar Donetsk, atacantes jogam somente 45 minutos cada um. Argentino marca na estreia, enquanto Bernard erra quase tudo
A noite parecia da volta de Bernard ao Atlético-MG, e não da estreia de Lucas Pratto. Desde o primeiro momento em que apareceu no gramado, até a hora de entrar no ônibus da delegação para deixar o estádio, o atual camisa 10 do Shakhtar Donetsk-UCR, foi aplaudido e ovacionado pelos torcedores alvinegros. Bernard quase não teve como se concentrar no trabalho de aquecimento, já que atendia aos apelos vindos das arquibancadas com acenos e sorrisos.
Em campo a produção não foi a mesma da época em que foi chamado de “Bambino de Oro” pela imprensa sul-americana, mas o assédio no final mostrou que o jogador ainda tem um lugar imenso guardado no coração do torcedor. Conformado com a derrota por 4 a 2 para os donos da casa, Bernard não escondeu a alegria por voltar para casa, mesmo que na figura de um adversário.
- Fiquei feliz de voltar ao Independência, de jogar. Reza a lenda e hoje ela foi novamente escrita de que “caiu no Horto tá morto”, e realmente é complicado jogar aqui, difícil. E eu que vivi momentos aqui, via no rosto dos adversários que eles sentiam bastante jogar aqui dentro. E mais uma vez vimos um Atlético-MG forte, por isso o resultado não foi como esperávamos.
Já o outro candidato a protagonista da noite, o estreante Lucas Pratto, só teve carinho parecido ao de Bernard ao ter o nome anunciado pelos alto-falantes do Independência, ainda mais vestindo a 9, que foi de Tardelli até outro dia. Mas o que pareceu timidez no início e até com a bola rolando, se transformou no cartão de visita do jogador, já que o gol é o motivo por ele ter chegado a Belo Horizonte cercado de expectativa.
- É uma jogada em que o Marcos Rocha sempre bate o lateral com força. Tomei a frente do marcador, consegui desviar e fiquei muito contente por isso. A intenção era mesmo a de desviar a bola, e como terminou em gol foi melhor ainda – explicou o argentino sobre o lance do gol marcado.
Futebol, só 45 minutos para cada um
Com o apito inicial, o primeiro a aparecer foi novamente Bernard. Posicionado bem aberto pela esquerda do ataque, ele tentou uma daquelas arrancadas que o consagraram no Atlético-MG, mas sem sucesso. O lance seria uma síntese do que viria a ocorrer durante os 45 minutos em que esteve em campo.
Pratto, por sua vez, tentou um lance acrobático numa cobrança de escanteio, mas nada pôde fazer. Mas na segunda aparição ele mostrou a que veio. Atento a uma das jogadas que fazem mais sucesso no Atlético-MG, a cobrança de lateral de Marcos Rocha, mesmo de costas para o gol ele conseguiu raspar de cabeça e encobrir Pyatov. Festa nas arquibancadas para a nova contratação atleticana.
Por sua vez, Bernard seguia sendo frustrado, hora pelos marcadores, hora pela falta de sequência nas jogadas, e até por Victor, naquilo que foi a melhor chance dos visitantes até os 20 minutos do primeiro tempo. O camisa 10 chegou um pouco atrasado e perdeu na dividida para o goleiro.
Com um posicionamento diferente do que vinha tendo no Vélez nas últimas temporadas, Pratto se esforçava para seguir no papel de centroavante. Mesmo com a determinação, em mais de uma oportunidade ele tentou cair pelos lados do campo, na tentativa de encontrar Carlos dentro da área.
Mas a partir daí, o protagonismo da dupla foi ofuscado. Primeiro pelo frango do goleiro Pyatov em chute despretensioso de Carlos, e logo depois em cabeçada de Leonardo Silva. O Galo fazia 3 a 0 no primeiro tempo, em que Bernard mostrava não viver grande fase e Pratto com a sensação de dever cumprido pelo gol marcado logo na estreia. Como era esperado, nenhum dos dois voltou para o segundo tempo que ainda teve gols de Dodô, pelo Galo, e Gladkiy e Fernando pelo time ucraniano.
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