Nos passos de Kalil: Nepomuceno busca elevar patamar do Atlético-MG
Anúncio de Lucas Pratto por meio de rede social marca a primeira contratação do novo presidente do Galo, que assume clube sob pressão de problemas financeiros
Não há dúvidas de que Alexandre Kalil foi um dos grandes responsáveis pela guinada na história do Atlético-MG. Com ele o clube começou a equacionar dívidas, conseguiu um estádio para chamar de lar e obteve as maiores conquistas da história. Mas antes da bonança houve uma intensa tempestade, e as melhorias e conquistas só começaram a aparecer a partir do segundo mandato do dirigente, iniciado em 2012. O sucessor, Daniel Nepomuceno, começa a trajetória com a responsabilidade de substituir um dirigente que se tornou ídolo em um ambiente sem a imensa pressão por títulos, mas em meio a problemas financeiros provocados por bloqueios federais.
Mesmo com esta questão tirando o sono da direção do clube, a mudança de patamar do Atlético-MG é visível nestes primeiros dias de Nepomuceno no cargo. O badalado atacante argentino Lucas Pratto foi o primeiro reforço anunciado, e de uma maneira institucionalizada por Alexandre Kalil. O anúncio ocorreu em uma rede social e com direito a ironia, marca registrada do antecessor. A primeira contratação da “era Nepomuceno” não lembra nem de longe a da “era Kalil”. Júnior Carioca foi o primeiro nome dos mais de cem anunciados ao longo de seis anos - mais de 70% deles nos três anos do primeiro triênio do antigo mandatário.
Amadurecimento e melhoras
Lucas Pratto só precisa assinar o contrato e fazer os exames médicos. Entre os clubes está tudo certo. O vínculo será de quatro anos, e detalhes devem ser resolvidos nos próximos dias. A transação custou pouco mais de R$ 10 milhões, algo impensável pelo clube mineiro seis anos atrás. Além de Pratto, Nepomuceno garantiu que pretende buscar somente mais dois reforços pontuais, uma vez que a estrutura da equipe de Levir Culpi já está montada. Situação muito diferente do primeiro ano de Kalil, que contratou 26 atletas somente em 2009.
No ano seguinte, a política do “ruim e barato”, válida para quase todos os jogadores, continuou. Naquela altura Eduardo Maluf já era diretor de futebol do clube, mas a quantidade só deu lugar à qualidade a partir de 2012, justamente quando começou o segundo mandato de Kalil.
A partir daí as contratações passaram a ser pontuais. Veio Ronaldinho Gaúcho e, por pouco, o Atlético-MG não ficou com o título Brasileiro daquele ano. O bom desempenho abriu o caminho rumo às conquistas e a primeira de maior relevância veio em 2013, com a Libertadores. Neste ano, o clube se consolidou com a conquista da Recopa e, mesmo após a saída de R10, buscou e conquistou a Copa do Brasil - e de maneira incontestável.
Para 2015, com um time já formado e um treinador que conhece o grupo, nem mesmo a iminente saída de Diego Tardelli deve tirar o sono de Nepomuceno com relação aos resultados dentro de campo. Ele terá trabalho sim, para conseguir colocar as contas do clube em dia com o acordo que insiste em não sair com o Refis.
Comentários