A Anistia Internacional (AI) denunciou hoje (9) o aumento da violência contra ativistas de direitos humanos na América Latina e exigiu dos governos que tomem medidas para garantir a sua proteção.
No relatório Defender os Direitos Humanos nas Américas: Necessário, Legítimo e Perigoso, a organização registra ataques, repressão e intimidação dos ativistas, "que são constantemente perseguidos e atacados em represália ao seu trabalho", segundo a diretora da AI para o Continente Americano, Erika Guevara.
"Em vários países temos visto um aumento preocupante e vergonhoso da violência e repressão pelo mero ato de defender os direitos humanos e a justiça", declarou Guevara.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) citados pela AI, a Colômbia é um dos países com o índice mais alto de homicídios, com 40 mortos nos primeiros nove meses deste ano. Entre setembro e outubro, uma centena de ativistas foi ameaçada por grupos paramilitares.
A pesquisadora da Anistia Internacional Nancy Tapias Torrado observou que muitos desses homicídios poderiam ter sido evitados "se as autoridades tivessem tratado de forma adequada as denúncias e investigado as ameaças e os atos de intimidação de que essas pessoas foram vítimas".
Participantes de campanhas, advogados, jornalistas, líderes de comunidades e sindicalistas são objeto de agressões em sua luta para defender os direitos e denunciar as injustiças, diz a Anistia, que pede aos chefes de governo da América Latina e do Caribe que "façam mais para proteger e apoiar os defensores dos direitos humanos".
O relatório documenta casos de violência contra pessoas que defendem o direito a recursos naturais, os direitos das mulheres, dos homossexuais, das lésbicas, dos transexuais e bissexuais, os direitos dos imigrantes e dos trabalhadores.
O estudo abrange a Argentina, Bolívia, o Brasil, a Colômbia, Cuba, Equador, El Salvador, a Guatemala, o Haiti, Honduras, a Jamaica, o México, a Nicarágua, o Panamá, Paraguai, Peru, a República Dominicana e Venezuela.
Em Honduras, a AI lembra o assassinato, em 27 de agosto, de Margarita Murillo, que dedicou mais de 40 anos à defesa dos direitos dos camponeses.
Em El Salvador, a organização denuncia a frequente intimidação às atividades de defesa dos direitos da mulher e ao aborto, enquanto no Caribe há clara perseguição aos defensores dos direitos dos homossexuais, bissexuais e transexuais.
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