Em 2002 (acho) uma velha revista “Programa” surgiu na minha frente em uma das visitas que fiz à redação do ‘Jornal do Brasil’, na Avenida Rio Branco, 110, no Edifício Conde Pereira Carneiro, no mesmo endereço da antiga sede que foi demolida.
A revista, aberta em uma página, ilustrada pela Marina Massarani me fez voltar no tempo do caixotão do ‘Jornal do Brasil’, na Avenida Brasil, 500. Parece ter sido ontem, mas, na verdade, foi há muito tempo. Anos 90.
O JB tinha uma equipe de grandes ilustradores que se revezavam entre o jornalão a revista ‘Programa’, e a dominical ‘Revista de Domingo’. Dividiam o setor de Arte - uma sala espaçosa na entrada da redação, cheia de lápis 6B, lápis de cor, canetas nanquim, papéis, ecoline idéias e muito talento - Lula Palomanes, Aliedo Kammar, Alessandro Alvim, Mariana Massarani e o saudoso Bruno Liberati.
Todos super-talentosos.
Mas eu tinha uma especial preferência pelo traço naïf - palavra francesa que tem como significado algo que é "ingênuo ou inocente" - da Mariana Massarani.
Mariana que prefere se denominar “selvagem”, era, na época, uma jovem bonita e talentosa que dava os primeiros passos no jornalismo. Carioca, a ilustradora começou no Jornal do Brasil, onde ficou por 13 anos.
Dona de um traço inconfundível, Mariana Massarani, após a saída do Jornal do Brasil, passou a se dedicar à ilustração de livros infantis. A artista - que usa os mais diversos e inusitados materiais na composição de suas ilustrações - e já ilustrou mais de 200 livros (seus e de diversos autores), é hoje uma das ilustradoras mais premiadas do país.
“Também escrevi as histórias do Victor e o Jacaré (1993); Marieta Julieta Raimunda da Selva Amazônica da Silva e Sousa; Leo, o todo poderoso capitão astronauta de Leox, a cidade espacial (2002); Banho! (2006); Adamastor o Pangaré (2007); Aula de surfe (2007); Salão Jaqueline (2009); Quando Pedro Tinha Nove Anos(2009); Os Mergulhadores (2010); A Minha Avó( 2016) e Terra dos Papagaios (2016)”, diz a autora.
A artista é considerada pelo cartunista e ilustrador Ziraldo como a melhor ilustradora infantil do mundo.
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