Coluna

VICENTINI GOMEZ, UM ARTISTA DE RUA

“Ator e escritor, Vicentini Gomez, troca os palcos e a TV pelas ruas do país, onde desfila sua arte e seu talento, durante a pandemia.”

O ator Vicentini Gomez levando ao pé da letra o verso mais famoso da canção ‘Pelos Bailes da Vida’, de Milton Nascimento, leva sua arte para onde o povo está.

Artista experiente, acredite, ele sabe que os aplausos são a única recompensa do artista.

Vicentini Gomez, nasceu Wilson Gomes Vicentini, em 26 de fevereiro de 1957, em Presidente Prudente, interior de São Paulo. Depois de trocar o ‘s’ pelo ‘z’ no sobrenome, dedicou-se à arte e ao ofício de ator  no teatro, na televisão e no cinema.

Louco pela arte da dramaturgia, já se apresentou nos principais teatros de todas as capitais brasileiras e em 15 países da América do Sul e da Europa. Artista multimídia, já atuou como ator, mímico, diretor de cinema, roteirista e escritor. 

Vicentini Gomez
Vicentini Gomez / Divulgação - 

Como ator, já atuou em mais de 20 filmes, 30 telenovelas e mais de 30 peças de teatro. Com a pandemia da Covid-19 e o fechamento dos teatros e casas de espetáculos, veio a escassez  de trabalho. Workaholic, no entanto, Vicentini não parou de produzir. Durante a pandemia, produziu livros, filmes e peças teatrais, além de realizar lives e seminários culturais.

Vicentini está com três projetos aprovados pela Ancine (Agência Nacional de Cinema) para captação de recursos; está produzindo um longa-metragem; tem livros em fase de edição e aguarda passar a quarentena para atuar em uma comédia de Lauro César Muniz.

Entre suas obras mais recentes, destaca-se a película “Doutor Hipóteses - uma alma na pandemia”,  onde o artista - contracenando com bonecos falantes - discute os conflitos, depressões, delírios e paranóias causadas pelo vírus e pelo isolamento social.

Inspirado no ator Plínio Marcos - autor de ‘Dois perdidos Numa Noite Suja’ - que vendia seus livros na porta dos teatros, faculdades, colégios e até na rua, Vicentini toca um projeto, em uma kombi velha - a Marikota - onde o ator percorre o país vendendo seus livros e contando suas histórias.

A ideia do projeto surgiu durante a pandemia, em um papo com o amigo e também escritor Calixto de Inhamuns, que criou a frase que virou slogan do projeto: “Marikota traz livros que trazem alegria e saber”. 

Vicentini adaptou uma kombi comprada para  as suas produções cinematográficas em estante ambulante para expor e vender seus livros em faculdades, cursinhos e colégios. Assim, o escritor leva seus cinco livros para ensinar alunos e professores a escreverem através do projeto “Aprender Brincando”, uma obra de ficção.

Entre os livros, destacam-se o infantil: “O Vendedor de Sacis e outras Lorotas”. Um divertido passeio pelas lendas urbanas e indígenas. José, ou simplesmente Zé, é um personagem curioso que um dia encontra um livro em um banco de praça e resolve viajar pelas histórias contadas nesse e em outros livros.

O livro tem ilustrações de Edgar dos Santos e prefácio do historiador Jonas Soares de Souza.

Para os adolescentes e adultos, Vicentini escreveu: “Valha-me Deus.”  A obra faz parte de uma trilogia que mergulha nos medos da cidade grande, opressora e poluída e seus personagens. Uma história para reflexão. A obra tem capa de Hugo Caserta e prefácio do historiador da UNESP, Prof. Dr. André Figueiredo.

Se você esbarrar com Vicentini Gomez e sua kombi ‘Marikota’ por aí, pare, leia e aprenda brincando.  

Ediel Ribeiro (RJ)

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Coluna do Ediel

Ediel Ribeiro é carioca. Jornalista, cartunista e escritor. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) do romance "Sonhos são Azuis". É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG). Autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty" publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ) e Editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!". O autor mora atualmente no Rio de Janeiro, entre um bar e outro.

Comentários


  • 01-10-2021 19:18:59 Eulália Figueiredo

    Maravilhosa matéria..