Rio de Janeiro - Técnicos de futebol ganham bem.
Muito bem.
Não tenho nada contra. Nem a favor. Muito pelo contrário.
Bons profissionais devem ser bem remunerados.
Em qualquer profissão.
Mas tem uma coisa que me incomoda nos altos salários dos treinadores:
O medo de perder (no caso, o salário) tira a vontade de ganhar (no caso, as partidas).
Derrotas derrubam técnicos.
Empates mantém o emprego – ao menos por um bom tempo – e os salários.
O medo de perder altos salários levam grandes técnicos como Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, a virarem profissionais previsíveis.
Eles ficam ricos, mas viram treinadores comuns.
Vanderlei Luxemburgo é um dos maiores críticos do futebol ofensivo do Jorge Jesus, no Flamengo. Não se conforma que um técnico português tenha vindo para o Brasil ensinar aos nossos técnicos como jogar o futebol moderno.
Parece que quer continuar com o futebolzinho medíocre praticado pelos nossos times que veem como salvação uma bola parada ou a decisão nos pênaltis.
O último Corinthians e Palmeira é o exemplo mais bem acabado.
Os técnicos brasileiros sempre foram retranqueiros. Ricos, ficaram piores.
No derby paulista, o Palmeiras teve longe de ser o time ofensivo que o técnico Vanderlei Luxemburgo prometera na véspera.
O time que iria jogar pra frente ficou no vestiário.
O Palmeiras que foi a campo jogou retrancado na maior parte do tempo.
O alviverde acabou o jogo decisivo com um empate por 1 a 1, contra um Corinthians limitadíssimo, que errava muitos passes e mostrava pouca qualidade.
Um time comum.
Se tivesse o mínimo de ousadia, Luxemburgo teria ganhado o jogo. Fácil.
Apesar do discurso, Vanderlei Luxemburgo armou uma retranca feroz, com quatro volantes no meio-campo e só um jogador fixo no ataque que – sabe-se lá porque –, também voltava pra ajudar a defesa.
O Palmeiras só saía da defesa com chutões.
O Corinthians achou o empate nos acréscimos e levou o jogo para os pênaltis.
Nas penalidades, o Palmeiras ficou com o título paulista.
E Luxemburgo com o emprego.
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