Polícia

Menina Ágatha foi morta por PM

Enquanto o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista dela, Anderson Gomes, ocorrido há mais de um ano continua inconclusivo, pois a polícia ainda não apurou quem deu a ordem para matar e porque motivos, o caso da morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, finalmente chegou ao desfecho da autoria. Dia 19/11, à véspera do crime completar dois meses - ela morreu dia 20/9 -, a Polícia Civil divulgou que o tiro que a matou foi disparado por um PM da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha, favela que integra o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

Inquérito do assassinato da menina Ágatha concluiu que ela foi baleada por PM da Unidade de Polícia Pacificadora do Complexo do Alemão no RJ. Foto reprodução Internet.
Inquérito do assassinato da menina Ágatha concluiu que ela foi baleada por PM da Unidade de Polícia Pacificadora do Complexo do Alemão no RJ. (Foto reprodução Internet)

O nome do assassino, indiciado por homicídio doloso, que é quando se tem intenção de matar, no entanto não foi divulgado. O indiciado foi afastado do serviço e fica proibido de contato com qualquer testemunha que não sejam PMs. Autoridades da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que apuraram o crime, informaram que o inquérito do caso foi encaminhado ao Ministério Público estadual (MPRJ). As investigações se concentraram em depoimentos de testemunhas, de PMs em serviço daquela UPP que estavam no local do crime, afora diversas perícias e o laudo da reconstituição do caso, feito no início de outubro.

A versão dada por PMs que atiraram para revidar ataque de ocupantes de uma motocicleta que passaram pelo local em alta velocidade foi desmentida, conforme o conteúdo do inquérito. O delegado Marcus Drucker dissera que uma pessoa viu um dos ocupantes da moto carregando uma esquadria de alumínio e isso poderia ter assustado o policial militar, confundido o objeto com uma arma. O que ficou apurado é que a motocicleta passou em alta velocidade e os ocupantes não atiraram em ninguém.  Ágatha estava com a mãe numa Kombi de transporte alternativo ao ser baleada e o motorista, desde o início das investigações, afirmava que não houvera nenhum tiroteiro.

“Em qualquer profissão existem erros e acertos” foi o comentário lacônico do governador Wilson Witzel, ao se manifestar pela primeira vez sobre o inquérito que apontou o PM como assassino da garota. E, em seguida, disse que eles (os erros) precisam ser evitados e analisados para que não se repitam. Felicitou a Polícia Civil pelo trabalho realizado e se solidarizou com familiares da menina.

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