Rio - Luis Fernando Veríssimo era fã do Canini.
Aliás, todo mundo era fã do Canini.
Veríssimo disse uma vez: “Há dois tipos de cartunistas: O Canini e os outros.”
Renato Vinícius Canini, é considerado um dos mais influentes mestres do cartum brasileiro.
Nasceu em Paraí, no interior do Rio Grande do Sul. Teve uma infância difícil e curta. Tinha três irmãs que, com a morte do pai, aos 10 anos de idade, foram separados.
Canini foi morar em Garibaldi com uma tia, irmã do pai, que acabou mandando o menino pro internato agrícola de Gravataí.
Quando saiu, entrou para um curso de contabilidade. Queria trabalhar no banco. Mas aí, mandou uns desenhos pruma revista infantil chamada Cacique, em Porto Alegre. Os desenhos foram publicados e aí começou sua carreira profissional.
Publicou seus trabalhos nas revistas Recreio, Pasquim, Pancada, e Crás, entre outras.
Além de ser um dos grandes artistas a ter trabalhado para os estúdios Disney.
Nos anos 1970, assumiu a revista Zé Carioca, na fase considerada seminal para a transformação do papagaio. Atuou como desenhista e roteirista, sendo um dos principais responsáveis pelo abrasileiramento do personagem.
Canini era um gozador nato: do mundo, dos outros, de si mesmo. E era tudo isso sem deixar de ser religioso. Todos os dias, religiosamente, lia a Bíblia. Era religioso sem ser puritano.
Exímio criador de personagens, criou, entre outros, o Dr. Fraud, Tibica, e Zé Candango.
Canini também criou o impagável Kactus Kid, uma paródia aos quadrinhos de faroeste, inspirado no ator Kirk Douglas.
O personagem era Zeca Funesto, um simplório dono da funerária da cidade em que não morria ninguém, que, depois que colocava uma peruca e fazia um furinho no queixo, virava o galante, temido e algo atrapalhado Kactus Kid.
Publicado na extinta revista Crás, da Editora Abril. O personagem deu forma ao Troféu HQMix do ano de 2007.
Entre alguns dos prêmios que recebeu estão o HQ Mix e o Angelo Agostini.
Canini também foi eleito o primeiro Mestre Disney brasileiro, além de ter sido homenageado pelo FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, em 2009.
Morto em 30 de outubro de 2013, aos 77 anos, Canini era casado com Lourdes Maria Martins Canini.
Canini não teve filhos, mas deixou uma legião de admiradores em todo o país.
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