Rio - Conheci Octávio Ribeiro em 77, no O Pasquim, quando ele me presenteou com seu livro, "Barra Pesada".
Trazido pelo Henfil, a entrevista com o Pena Branca - como era conhecido nas redações, por causa de uma mecha de cabelos brancos -, virou série e alavancou as vendas do semanário.
Octávio Ribeiro foi um dos jornalistas mais respeitado e conhecido da década de 80.
Segundo Jaguar, um Guimarães Rosa, urbano.
Começou no jornalismo em 1960, no jornal Última Hora.
"Barra Pesada", seu primeiro livro, publicado pela Codecri - editora do Pasquim -, são reportagens, entrevistas, colunas e matérias sobre os casos mais rumorosos da crônica policial brasileira.
Destemido, ficou conhecido por se infiltrar nas favelas cariocas a cata de notícias e entrevistas com bandidos sanguinários; como a que fez, no Morro da Mangueira, com "Mineirinho", tido como o pior e mais famoso bandido carioca.
Entrevistou, também, o detetive da Polícia Especial, Sivuca. Cobriu o assalto ao trem pagador. O mistério da Dama de Teffé; A perseguição ao ex-policial Mariel Mariscott ; Acompanhou a morte do bandido Lúcio Flávio, e a rixa entre os dois mais famosos policiais da época: Perpétuo e Le Coq.
Trabalhou na Folha da Tarde, Jornal da Tarde, Veja, O Jornal, O Globo e Jornal do Brasil, entre outros.
Octávio Ribeiro faleceu em 1986.
Hoje, poucos se lembram desse extraordinário jornalista.
Como todos que viveram e morreram na fase pré-internet, sua vida se resume a uma nota no Wikipédia, ou nem isso.
Suas façanhas, seu talento e seus ensinamentos foram enterrados com ele.
*Ediel Ribeiro é jornalista, cartunista e escritor
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