Brasil

Governo busca acordo com EUA antes da entrada em vigor de tarifaço, diz Alckmin

Vice-presidente se reúne com empresários e reforça estratégia de negociação até 1º de agosto

geraldo alckmin
Valter Campanato / ABR - 

Brasília - O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (15) que o governo federal tentará um acordo com os Estados Unidos antes da entrada em vigor das novas tarifas de importação anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump. A medida prevê o aumento para 50% das taxas sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

A declaração foi feita após duas reuniões realizadas com representantes dos setores industrial e agropecuário, que demonstraram preocupação com os impactos da medida. O encontro também contou com a presença de outros ministros e secretários.

“O que vimos foi um alinhamento em torno da negociação. Eu trouxe a mensagem do presidente Lula de empenho para rever esta situação”, afirmou Alckmin. Segundo o vice-presidente, o governo pretende "avançar ao máximo" nas tratativas diplomáticas antes do prazo final.

Confiança nas negociações

Durante os encontros, associações empresariais sinalizaram confiança na capacidade do governo de reverter a decisão. Algumas entidades defenderam que o Brasil solicite o adiamento da vigência das novas tarifas, enquanto outras recomendaram evitar retaliações imediatas.

Alckmin destacou a importância do diálogo: “De janeiro a junho deste ano, as exportações do Brasil para os Estados Unidos aumentaram 4,37%, e dos Estados Unidos para o Brasil, 11,48%. Estaremos unidos para reverter essa decisão.”

O vice-presidente também afirmou que os setores atingidos se comprometeram a dialogar com parceiros comerciais norte-americanos para demonstrar os prejuízos bilaterais causados pela medida.

“É uma relação importante que repercute também nos Estados Unidos, podendo encarecer produtos e pressionar a economia americana. É uma oportunidade, inclusive, para abrirmos espaço para novos acordos comerciais”, acrescentou.

Impacto na agropecuária

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que participou da reunião com lideranças do agronegócio, reforçou que o governo já vinha atuando na ampliação dos mercados externos desde o início da atual gestão.

"Isso foi feito de forma intensa. Foram 393 novos mercados abertos", afirmou Fávaro. Ele destacou a importância de manter o diálogo com os Estados Unidos, especialmente diante da expectativa de crescimento nas exportações de carne brasileira este ano. “O diálogo está aberto na parte brasileira, mas com respeito à soberania e muita altivez.”

As novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos impactam setores como aço, alumínio, têxteis, calçados, máquinas e produtos agropecuários. A decisão ainda pode ser revista, caso haja avanço nas negociações diplomáticas nas próximas semanas.

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