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Defesa de Bolsonaro pede para acompanhar acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF

Ex-presidente é um dos investigados na ação penal da tentativa de golpe de Estado

Fotos: Isac Nobrega/PR - Gustavo Moreno/STF - 

Brasília - A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para acompanhar presencialmente a acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e o general Walter Braga Netto, marcada para esta terça-feira (24), às 10h, no âmbito da ação penal que apura a trama golpista após as eleições de 2022.

Na petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, o advogado Celso Vilardi alegou que, ao buscar informações junto ao cerimonial da Corte, foi informado de que apenas os advogados dos réus diretamente envolvidos no ato teriam acesso à audiência, que ocorrerá sem qualquer tipo de transmissão.

“Tratando-se de ato de instrução probatória realizada no âmbito de ação penal, requer-se que seja garantido acesso à audiência ao subscritor da presente petição, advogado constituído na presente ação penal, que irá se deslocar para Brasília a fim de acompanhar presencialmente a audiência designada”, argumentou Vilardi.

A acareação foi solicitada pela defesa de Braga Netto para esclarecer pontos das declarações de Mauro Cid no acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal. Cid afirmou que o general teria discutido o plano golpista denominado Punhal Verde e Amarelo — que previa ações contra autoridades — e teria repassado dinheiro em uma sacola de vinho para ser entregue a militares ligados ao grupo chamado de “kids-pretos”, suposto esquadrão de elite do Exército.

No início de junho, em depoimento a Moraes, Braga Netto negou qualquer envolvimento com o plano e a entrega de dinheiro. O general está preso desde dezembro de 2023, acusado de tentar obstruir as investigações e obter informações sigilosas dos depoimentos prestados por Cid.

Outra acareação

Ainda nesta terça-feira, às 11h, o ministro Alexandre de Moraes também conduzirá uma acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. Torres é outro réu no núcleo principal da ação penal.

Segundo a defesa, a oitiva conjunta busca esclarecer divergências nos depoimentos prestados por Freire Gomes à Polícia Federal. O general foi testemunha da reunião em que Bolsonaro teria apresentado propostas para envolver as Forças Armadas em um golpe de Estado, ainda em 2022.

As investigações da Polícia Federal indicam que o grupo pretendia manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas eleições, por meio da anulação do resultado das urnas, com apoio de setores militares.

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