Belo Horizonte - O inverno no Hemisfério Sul começa oficialmente às 23h42 (horário de Brasília) desta sexta-feira (20) e se estende até 22 de setembro. Segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação será marcada pela chegada de massas de ar frio, com possibilidade de geadas, episódios de friagem e até queda de neve nas áreas serranas da Região Sul. Em boa parte do país, porém, a expectativa é de temperaturas acima da média histórica para o período.

Além da redução na incidência de radiação solar, típica do inverno, a estação tende a acentuar o período seco em várias regiões brasileiras — especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e interior do Nordeste — elevando o risco de queimadas e incêndios florestais.

Regiões Sudeste e Centro-Oeste terão tempo seco e quente

No Sudeste, o inverno será predominantemente seco, com chuvas abaixo da média, segundo o Inmet. Frentes frias ocasionais podem provocar precipitações pontuais no litoral, mas a tendência geral é de tempo firme. Apesar disso, há chance de entrada de massas de ar polar que podem provocar geadas em áreas de maior altitude, como na Serra da Mantiqueira. As temperaturas, em geral, devem ficar acima da média.

Já no Centro-Oeste, o cenário é ainda mais seco. A estação começou com baixos índices de umidade relativa do ar, que pode atingir valores abaixo dos 20% — o que exige atenção à saúde e ao risco de incêndios. A temperatura deve continuar elevada, com predomínio de ar seco e quente, favorecendo focos de fogo em vegetação.

Sul do país terá frio intenso, mas também calor fora de época

Na Região Sul, o inverno terá duas faces: episódios de frio intenso com possibilidade de neve e geadas em áreas de altitude, intercalados com períodos de calor acima do esperado. O Inmet prevê chuvas acima da média para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, enquanto o Paraná pode ter volume de precipitação inferior ao habitual. A passagem de frentes frias e a atuação de massas de ar polar devem causar quedas bruscas de temperatura, típicas da estação.

Nordeste vive período seco, mas litoral pode ter chuvas isoladas

A maior parte do Nordeste já está em seu período de estiagem, e o inverno deve manter esse padrão. A exceção é a faixa litorânea, onde a temperatura mais alta das águas do Atlântico pode favorecer a ocorrência de chuvas acima da média, especialmente entre o litoral da Bahia e o Rio Grande do Norte.

No interior, a expectativa é de pouca chuva e calor acima da média. Em estados como Maranhão, as temperaturas podem superar em até 2°C a média histórica, segundo os meteorologistas.

Norte terá calor intenso e risco de queimadas

Na Região Norte, o calor persistente e a ausência de chuvas no sul da Amazônia elevam o alerta para queimadas e incêndios florestais, principalmente entre julho e setembro. Apenas o norte de Roraima, o noroeste do Pará e do Amapá devem registrar chuvas acima da média.

Apesar do predomínio do calor, o Inmet destaca que não se pode descartar completamente a ocorrência de friagens, quando massas de ar polar avançam até a região, provocando queda acentuada nas temperaturas por alguns dias.