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Suspeita de envenenamento com bolo morre na prisão no RS

Recado escrito antes de sua morte é investigado

deise moura dos anjos
Arquivo pessoal 

Belo Horizonte - Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar três membros da família do marido com bolo de frutas cristalizadas contaminado com arsênio, foi encontrada morta em sua cela no Presídio Estadual de Guaíba, no Rio Grande do Sul. Antes de sua morte, Deise deixou um recado, que está sendo analisado pela Polícia Civil, segundo informou o chefe da corporação, delegado Fernando Sodré.

De acordo com Sodré, o escrito é descrito como um "desabafo" no qual Deise se declara inocente e relata estar em sofrimento devido a problemas de depressão. A mulher estava detida desde o dia 5 de janeiro e, após um mês no Presídio Estadual Feminino de Torres, foi transferida para Guaíba em 6 de fevereiro, por questões de segurança. A morte de Deise está sendo tratada como possível suicídio, e a Polícia Civil, juntamente com o Instituto-Geral de Perícias (IGP), investiga as circunstâncias do ocorrido.

A administração do presídio teria sido alertada sobre riscos à integridade de Deise um dia antes de sua morte, quando um advogado da família do marido da suspeita informou que ele havia decidido formalizar o divórcio. Após o anúncio, Deise teria demonstrado mudanças em seu comportamento. A Polícia Penal esclareceu que a detenta recebeu atendimento psicológico e médico, além de passar por inspeções diárias na cela.

O caso de envenenamento, que ocorreu poucos dias antes do Natal de 2024, envolveu sete pessoas da mesma família, que começaram a passar mal após consumir o bolo de frutas cristalizadas. Três mulheres morreram em poucas horas, enquanto uma sobrevivente, Zeli dos Anjos, sogra da suspeita, foi a principal vítima do envenenamento. Zeli, que preparou o bolo, foi hospitalizada, mas sobreviveu. Ela havia consumido duas fatias do bolo, o que a fez ser a principal alvo do envenenamento, segundo a investigação.

O delegado Marcus Veloso, responsável pelo caso, informou que a suspeita tinha Zeli como alvo, e que outros membros da família também ficaram doentes, mas sobreviveram. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil.

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