Tragédia: Bebê morre atropelado ao cair do colo da mãe que ficou com pé preso ao descer de ônibus
O acidente aconteceu no Bairro Céu Azul, região de Venda Nova, em Belo Horizonte
Um acidente fatal, envolvendo mãe e filho, foi registrado na noite desse domingo em Belo Horizonte. Uma jovem, de 20 anos, ficou com o pé preso ao descer de um ônibus e foi arrastada por cerca de 40 metros. A criança que estava no colo da mãe acabou caindo e atropelada pelo coletivo, morrendo na hora.
O acidente aconteceu na Rua Padre Paulo Rególio, no Bairro Céu Azul, na Região de Venda Nova. De acordo com a Polícia Militar (PM), o motorista, de 29 anos, que conduzia o ônibus da linha 608 (Estação Venda Nova / Nova Pampulha), contou que haviam 25 passageiros no coletivo na hora do acidente. Ele disse ainda que parou para realizar o embarque e desembarque dos passageiros e que após observar os três espelhos retrovisores do veículo fechou as portas e começou o trajeto, já que não tinha mais passageiros para descer. Porém, assim que o veículo entrou em movimento ele escutou os gritos de passageiros mandando parar. Ele chegou a percorrer aproximadamente 40 metros antes de parar novamente.
O motorista contou que ao descer do ônibus, se deparou com a jovem caído no chão e gritando que seu filho tinha ficado para trás. Infelizmente, o bebê que estava no colo da mãe no momento do desembarque, caiu e acabou sendo atropelado.
Na versão da jovem, que consta do boletim de ocorrência da PM, ela diz que esperou o veículo parar completamente para então desembarcar. Mas no momento em que descia pela porta central, já no último degrau, sentiu a porta se fechando repentinamente e travando seu pé esquerdo. Segundo a jovem, o veículo começou a deslocar e ela, com o pé preso, acabou caindo e sendo arrastada pela via, e foi nesse movimento que seu filho caiu do colo.
A criança teve fraturas múltiplas pelo corpo e morreu na hora. O motorista foi submetido ao teste do bafômetro que não constatou o consumo de bebidas alcoólicas.
ACIDENTES COMO ESSE PODEM SER EVITADOS?
Já faz algum tempo que o embarque de passageiros passou a ser feito pela porta dianteiro dos coletivos. Antes era o inverso. Mas qual o propósito disso?
Muitos se lembram da época em que os coletivos contavam com a figura do cobrador (agente de bordo) que era o responsável pela cobrança das passagens. Era ele também quem alertava o motorista o momento seguro para colocar o ônibus em movimento após o embarque e desembarque de passageiros. Mas a figura do cobrador desapareceu dos coletivos e com isso, o motorista ficou sobrecarregado com a dupla função. Seria essa a explicação para a mudança nos coletivos, transferindo o embarque para a porta dianteira? Se antes a atenção do motorista era dedicada exclusivamente ao trânsito, na condução segura, agora ele também precisa se atentar ao embarque e desembarque de passageiros, recebimento de dinheiro e devolução de troco, o que não seria possível com o embarque acontecendo pela porta traseira.
A retirada dos cobradores dos coletivos tem sido alvo de muita crítica pelos usuários que reclamam, principalmente, da falta de segurança por verem o motorista, muitas vezes, se preocupando em receber e devolver troco com o veículo em movimento.
Em Belo Horizonte, a luta pelo retorno dos cobradores envolveu até a prefeitura. Recentemente o prefeito Alexandre Kalil chegou a ameaçar em não aprovar o aumento de passagens antes que as empresas recontratassem esses profissionais tão importantes no atendimento ao público e na segurança do transporte coletivo.
Para quem usa o transporte público em Belo Horizonte, a reclamação é sempre a mesma: atraso nas viagens e risco de acidentes. A carga para o motorista, desde que os cobradores foram retirados, ficou pesada e os usuários estão pagando o preço.
Esse triste acidente, certamente fará reascender a discussão e os sindicatos de classe, com apoio da população, devem intensificar a luta pelo retorno dos agentes de bordo.
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