Eleição e reformas: começa uma semana decisiva para a Fifa
Na sexta-feira, 209 associações nacionais vão escolher quem mandará no futebol mundial pelos próximos quatro anos. Infantino e sheik do Bahrein são favoritos
Esta será uma semana decisiva para o futuro da Fifa e, consequentemente, do futebol mundial. Soterrada por escândalos de corrupção, a entidade terminará a semana com um novo presidente - após 18 anos de Joseph Blatter - e com mudanças profundas tanto em seu estatuto quanto no Comitê Executivo, que vai até mudar de nome.
Na sexta-feira, um colégio eleitoral composto pelas 209 associações nacionais vai escolher entre cinco candidatos quem vai comandar o futebol mundial pelos próximos quatro anos. Os favoritos são o suíço-italiano Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa desde 2009, e o sheik do Bahrein, Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa. Correm por fora o príncipe da Jordânia, Ali Bin Al-Hussein, o diplomata francês Jerome Champagne (ele próprio um ex-funcionário da Fifa) e sul-africano Tokyo Sexwale.
Para ser eleito em primeiro turno, um candidato precisa ter dois terços dos votos, ou seja, 139, cenário tido como muito improvável hoje. Se ninguém conseguir essa maioria, os dois mais votados avançam ao segundo turno. Aí será eleito quem tiver metade mais um dos votos.
Salman tem o apoio declarado das confederações de Ásia (46 votos) e África (54), enquanto Infantino tem a maioria dos votos da Europa (53), da Concacaf (35) e também da Conmebol (10). As confederações continentais orientam seus filiados a votar em bloco - algo que dificilmente será seguido.
O Brasil, que será representado pelo presidente da CBF, Coronel Nunes, vota em Infantino. Até sexta-feira, é provável que algum candidato desista e que acordos sejam costurados.
Seja qual for vencedor, a Fifa entrará numa nova era. Também nesta semana, deve ser aprovado um pacote de medidas que tem como objetivo descentralizar o poder e impor mais transparência na administração da entidade que manda no futebol mundial.
Nos últimos meses, foram banidos do futebol o ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, o ex-presidente da Uefa (e vice da Fifa), Michel Platini, e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Além disso, dezenas de dirigentes foram presos ou indiciados pelas autoridades americanas.
O pacote de reformas da Fifa prevê a ampliação do Comitê Executivo - que passará a se chamar "Conselho Fifa" e terá pelo menos seis mulheres entre seus 36 integrantes - além da publicação de salários dos dirigentes mais graduados e limite de mandatos para o presidente.
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