Peça orçamentária para 2016 enviada a Câmara pelo prefeito Damon aponta mais um recorde em arrecadação
Torrinha apela ao prefeito que pague pelo menos as dívidas
A Câmara Municipal de Itabira votou na reunião de ontem (9) a peça orçamentária enviada pelo prefeito Damon Lázaro de Sena (PV), que prevê uma arrecadação para o próximo ano de R$ 460 milhões, apontando uma leve queda quando comparada aos anos anteriores. Em 2015 o orçamento foi de R$ 525,5 milhões; em 2014 R$ 476,6 milhões e em 2013 R$ 471,2 milhões. Com a previsão orçamentária do próximo ano, o prefeito Damon vai fechar o seu mandato batendo todos os recordes em arrecadação se comparado aos governos anteriores. Em 2013 o orçamento de Damon, de R$ 471,2 milhões, superou o do ex-prefeito João Izael em R$ 133,3 milhões, quando a arrecadação do último ano de João, em 2012, foi de apenas R$337.932.013,00. Mesmo assim, João Izael passou o governo para Damon deixando R$ 38 milhões em caixa, o que justifica as críticas de Geraldo Torrinha (PDT) a administração de Damon.
Torrinha disse que iria votar pela aprovação para não atrasar a abertura do orçamento do próximo ano, mas fez vários questionamentos e chamou a peça orçamentária de Damon de “fictícia”. O vereador questionou, entre outras coisas, o recurso destinado na peça para a Unifei, que é de apenas R$ 3 milhões. Segundo o vereador, o que consta para investir na Unifei no próximo ano é insignificante. De acordo com Torrinha, a construção de um prédio da Unifei gira em torno de R$ 40 milhões e a instituição deveria ser prioridade em qualquer governo, pois é ela que vai fazer a diversificação econômica do município. Torrinha lembrou que muito se fala no parque tecnológico, mas ele só será instalado em função da Unifei, então ela não pode ser tratada com descaso.
O vereador criticou também a verba que Damon disponibiliza para o convênio com a Funcesi, que é de apenas R$ 200 mil. Segundo ele, além do valor ser insignificante, ainda há um recurso de outro convênio que foi votado pela Câmara para ser repassado à Funcesi e até hoje o prefeito não repassou e não deu nenhuma satisfação a instituição. Por fim o vereador apelou ao prefeito que use este orçamento, que é um dos maiores na história do município, pelo menos para "pagar as dívidas e tirar o município do atoleiro que ele mesmo enfiou". O vereador acrescentou dizendo que não entende por que o governo Damon, mesmo batendo todos os recordes de arrecadação, deixou o município se endividar a ponto de decretar calamidade financeira, e desabafou. “Damon pague pelo menos as dívidas que você mesmo contraiu. Pague o funcionalismo público em dia, os fornecedores. Isso é o mínimo que você pode fazer. Senão o próximo prefeito que entrar vai sofrer demais.” E acrescentou: “É duro ter que estar apelando ao prefeito pelo menos para manter a máquina funcionando, pagar as dívidas. Enquanto deveríamos estar comemorando um crescimento vertiginoso do município, com prestação de serviços de qualidade à população, estamos tendo que ficar implorando ao prefeito para fazer o básico, porque esperança de investimentos não temos mais”.
O vereador Bernardo Mucida (PSB) endossou as palavras de Torrinha e disse que o prefeito precisa agir e gastar o orçamento com responsabilidade.
O vereador José Luiz “Batatinha” (PSDB) também votou favorável ao orçamento, mas teceu críticas ao prefeito. Ele disse que Damon, embora seja o prefeito que trabalhou com o maior orçamento da história, endividou o município. Batatinha frisou que as obras dos PSF's estão paradas e a saúde um caos, e citou o prédio do PSF do bairro Gabiroba que Damon demoliu no início do governo alegando que iria fazer um prédio melhor, embora aquele atendesse as necessidades da comunidade, e até hoje a obra está parada com o PSF funcionando precariamente em um barracão alugado.
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