Política

Dilma reúne conselheiros após pedido de impeachment ser aceito

Presidente chamou Temer, Wagner, Berzoini, Edinho e Cardozo ao Planalto. Na quarta, Eduardo Cunha deu prosseguimento a pedido de impeachment.

Um dia após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar que aceitou pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff chamou nesta quinta-feira (3) ao seu gabinete o vice-presidente Michel Temer os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), quatro de seus principais conselheiros políticos na Esplanada.

No início da noite desta terça (2), Cunha chamou jornalistas para uma entrevista no Salão Verde da Câmara na qual anunciou sua decisão de aceitar o pedido de impeachment de Dilma movido pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. O peemedebista negou motivação política, mas afirmou que o pedido atendia à legislação.

Menos de duas horas depois, Dilma convocou a imprensa para um pronunciamento no Palácio do Planalto. Em sua fala, ela negou ter cometido “atos ilícitos”, se disse indignada com a decisão de Cunha e afirmou que são “inconsistentes e improcedentes” as razões que fundamentaram o pedido.

Dilma também chegou a ser irônica em seu discurso. Eduardo Cunha é suspeito de ter participado do esquema de corrupção que atuou na Petrobras e é investigado na Operação Lava Jato. Além disso, o Conselho de Ética da Câmara apura se o presidente da Casa quebrou o decoro parlamentar por supostamente ter mentido à CPI da Petrobras quando disse que não tem contas na Suíça.

“Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi, ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses”, disse a presidente no pronunciamento.

Após Cunha anunciar que aceitou o pedido de impeachment, deputados petistas afirmaram que devem acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do peemedebista. Além disso, eles avaliaram que tratou-se de “revanche” e “chantagem” o fato de o presidente da Câmara tomar a decisão.

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